Thursday, December 29, 2011

29 DEZEMBRO

Os gestos de cuidado, a ternura

em mensagens, telefonemos, um chá quentinho, uma canja talvez

tudo me devolve tudo

sorrio e louvo

e que assim seja

sempre

Saturday, December 24, 2011

NATAL de 2011

Mesmo agora respondi a um sms de Natal assim:

Esta noite de Natal é também um nadinha confusa.

Procuro a Paz

E louvo.

Friday, December 23, 2011

AGORA

Agora é assim.
Sem ti.

E os amigos, os filhos, os netos a telefonarem,
só por Amor.
Sementes.

Em casa, eu sem que me sufoque esta aparente solidão.

Sustem-me a nossa vida

procuro sustentar-me

Por graça, às vezes sou capaz.

Sunday, December 18, 2011

LEIO E APLAUDO

Eduardo Lourenço

A demanda no mundo da incerteza

É uma constatação que na nossa época, depois de tantos séculos de vida, vivida globalmente sob o signo da certeza ou das certezas, a partir de uma certeza que as englobava todas e lhes dava sentido, deparámos com algo a que nós abreviadamente ou não abreviadamente chamámos modernidade. Entrámos num período em que muitos pensadores, no interior mesmo dessa esfera que tinha sido a esfera da certeza por excelência, se puseram a discutir a natureza de verdades, sobretudo da verdade que engloba essas verdades. Abriu-se assim a porta a uma época de crise. Agora fala-se muito em crise como se acabássemos de descobrir uma novidade, quando afinal toda a modernidade é já uma época de crise e da crise como uma evidência primeira. Registe-se em todo o caso a obsessão primeira e a prática primeira daqueles que por diversos motivos se desinscrevem em relação a esses discursos que eram discursos de evidência, não só de evidência na ordem racional mas também na ordem existencial, que condicionavam tudo o que nós chamamos as atitudes em todas as ordens, desde a ordem ética à ordem cultural, num sentido geral, e mesmo à ordem social. Todos tinham alguma relação com essa época que nós podemos chamar uma época de organicidade. E de repente, particularmente no Ocidente, dá-se uma viragem. Esta crise poderá também ter existido noutras culturas que conhecemos menos bem, pelo menos eu; é possível que no interior dessas culturas tenha havido movimentos de contestação, de discussão interna. Mas eu creio que não há nenhuma História que nós conhecemos até hoje em que isso se tenha dado com tal profundidade como naquela que nós chamamos a história do Ocidente, em todo este conjunto de verdades, de referências, de valores durante tanto tempo associados ao que designamos de civilização europeia. Não só na sua fase fundadora, aquela que releva do pensamento grego, depois na sua retradução em termos ligeiramente diferentes (até mais diferentes do que as pessoas imaginam) no que nós chamamos a versão romana desses mesmos valores, que condicionam sobretudo a visão e o destino político do que nós chamamos Europa, mas também na sua fase de confrontação com o cristianismo.
E preciso ver que provavelmente a maior de todas as crises não será esta a que nós chamamos a crise da modernidade. Nós, que, entre outras, temos a herança da cultura romana, podemos imaginar a rutura no seio do Império Romano provocada pelo abalo da chegada do que chamamos o cristianismo. O advento do cristianismo foi também um momento de crise, uma crise na perspetiva do futuro. Quer dizer, o cristianismo vai triunfar historicamente, vai impor-se como um conjunto de crenças que são vividas como sendo não só como uma verdade, à maneira grega, da ordem do inteligível, uma verdade filosófica, mas como uma novidade absoluta que punha em causa toda a visão grega e vai ser ela própria, quando triunfar na ordem histórica, na sequência da institucionalização do cristianismo com a vitória de Constantino, o código cultural, religioso, dentro do qual a nossa Europa vai a pouco e pouco entrar.
Estes anos de civilização cristã são ao mesmo tempo um diálogo contínuo com o antigo mundo. Podia não ter acontecido isso. Tenho em mente outras grandes afirmações de crenças orgânicas, como seja o caso do Islão. No Islão nós não encontramos (exceto numa certa fase, induzida por aquilo que se passava no Ocidente) essa espécie de um diálogo contínuo de ter de se confrontar com a ideia de uma verdade que não é exatamente aquela que condiciona e que é a visão própria daquilo que nós chamamos a civilização cristã. Diálogo impossível no tempo anterior a Santo Agostinho. Santo Agostinho teve um papel fantástico na cultura do Ocidente porque ele viveu nos dois mundos. Conheceu os dois mundos.
Mas este diálogo não foi fácil. Que a verdade tenha sido definida por alguém em termos de "Eu sou a verdade, o caminho", é algo impossível de conceber na mente de um grego. Nenhum grego podia conceber isto. A verdade é qualquer coisa que diz respeito a uma evidência, ao conhecimento que nós temos dos objetos naturais, a começar naturalmente pelo físico. Quer dizer, em toda a filosofia antiga, aquilo a que os gregos chamam o divino é sempre uma realidade da ordem natural, aquela que obriga os homens a repensar-se diante desse espírito que é fornecido pelo cosmos e pela admiração e espanto que ele causa, donde nasce a filosofia. Penso que isso vai entrar mais tarde dentro da visão cristã. Mas a visão cristã não é dessa ordem, por mais platónica que ela se torne mais tarde. Santo Agostinho não tem essa preocupação. Ressalvando no entanto que em Santo Agostinho temos o diálogo fundamental que vai condicionar todo um pensamento ocidental, que vai tentar reconciliar com o pensamento filosófico essa certeza. Se bem que essa certeza não é uma certeza da ordem do conhecimento propriamente dito mas que é aquilo que mais tarde os grandes pensadores dessa nova visão, já em época de crise, vão apresentar como sendo da ordem do coração, e não da ordem do Cosmos, da Natureza.
Estou aqui, pois, a falar de certezas diferentes: a certeza antiga e a certeza tal como o cristianismo a vai apresentar, que é uma certeza existencial, que vai ser definida na ótica cultural do Ocidente como sendo do domínio da fé. A fé é um conceito paradoxal. Porque a fé é a mais violenta das certezas ou das evidências.
E por outro lado a fé é igualmente a consciência de que não é evidente segundo a ordem da razão, a consciência de que essas coisas em que se crê, em que, mais do que se crê, se investe a totalidade da vida, constituem a substância das coisas esperadas, esperadas segundo aquela esperança, que está inscrita em qualquer palavra das fundamentais ditas por Jesus Cristo. Pode-se falar de outra fé, a fé budista ou outras, mas não podemos misturar todos os conceitos; a fé é um fenómeno que só tem leitura no interior da nossa vivência religiosa. Pode-se falar de fé num sentido lato, mas então a fé passa a ser uma realidade de ordem psicológica que tenha em conta que qualquer manifestação humana se reporta realmente ao futuro em que nós pomos mais esperança ou menos esperança, em que acreditamos que algo se vai realizar... Mas a fé, tanto quanto penso em função da vivência cristã, é qualquer coisa de outra ordem. A fé, penso eu, é uma graça particular. Não há possibilidade de tratar da fé em termos que não sejam aqueles que são definidos pela mesma vivência e afirmação de fé. Dir-me-ão que será a mesma coisa para um muçulmano. Se eu fosse muçulmano provavelmente eu também acreditava, mas tenho a impressão de que o Alcorão me dá uma visão do que é Deus, mas na verdade essa visão de Deus no Alcorão parece-me ser mais próxima de algum modo da ideia de Deus na antiguidade.
O Deus do Alcorão não dialoga com os homens. Não se faz carne. Não incarnou. Está mais próximo de algum modo da ideia que dele faziam os antigos, desde Aristóteles, do que propriamente da experiência que funda a religião cristã. Eu penso que tudo isto se situa, se vive menos na ordem teórica que na ordem prática. Traduz uma certa maneira de um certo comportamento que unifica todos aqueles que têm essa prática. E não precisam de grandes razões de ordem teológica para justificar aquilo que lhes parece uma evidência fundamental. É mais fácil aceitar um Deus criador e senhor do mundo, que tem uma unidade, que é totalmente transcendente, que tem da parte do mundo que criou, particularmente da humanidade, uma relação de obediência, mas que não é um Deus que veicule a ideia de um amor especial em relação àquilo que criou. Parece um pouco como o Deus bíblico que tem uma proteção especial para com um povo em particular. Há uma ideia de etnicidade nesse tipo de religião. Não é o caso do cristianismo que afirma claramente que Deus incarnou. E isto não é crível humanamente falando. Isto é a notícia mais incrível que se pode imaginar. E é em função dela que se pode dizer "creio", "não creio". E crer nisto é qualquer coisa que responde aos anseios mais profundos da humanidade, mas não é suscetível de demonstração, nem sequer de mostração. É uma coisa que se transmite, como um segredo de família, de uma família nova, que aparece na Terra, de uma nova maneira de ser humano, em que os homens estão sob uma proteção especial de um Deus que cuida efetivamente deles, que não é indiferente ao destino da humanidade. De uma humanidade de cujo destino não estamos afastados, sendo de uma certa maneira, responsáveis pelo próprio destino de Deus.
De maneira que a incerteza faz parte integrante do coração da crença que exige por outro lado que nós tenhamos aquilo que nós chamamos Deus como a coisa mais evidente, mais evidente do que qualquer outra verdade humana mas de um outro género; porque se fosse do mesmo tipo das outras verdades, das verdades que nós podemos efetivamente construir ou desejar ou demonstrar, então nós estaríamos noutro tipo de atitude. Numa atitude diferente desta que nos põe a viver diante de uma crença, de uma religião que é fundada fundamentalmente sobre a confiança na palavra de alguém, de uma palavra diferente de todas as palavras. E é essa palavra e o teor dessa palavra que fundou a sua própria realidade, que a construiu.
Eu sei que Jesus dialoga sobre um fundo, não direi de conceitos, mas de evidências que são aquelas que estão realmente na Bíblia, e que de algum modo ele vai revisitar essas mensagens que estão escritas na Bíblia e dar-lhes uma outra tonalidade. São as mesmas e não são as mesmas. Não são as mesmas porque não desenham atrás dela uma voz, que é uma espécie de comando superior, uma voz de poder infinito.
Desenham uma voz contrária e essa me parece ser a novidade do cristianismo, a voz de um Deus que é não poder, que é contrária àquilo que conceptualmente nós imaginamos como seja esse poder, porque nós próprios humanos desejaríamos ter essa varinha de condão, como uma coisa mágica, que nos permitisse dominar o mundo, construir totalmente a nossa vida, etc. E o que há de espantoso em Jesus, tal como leio o Evangelho, é a visão de um Deus indigente, um Deus que não é só pai dos homens, mas que de algum modo precisa dos homens para por esses mesmos homens ser visto verdadeiramente como um Deus e não como uma força que tem o poder, como nós imaginamos, de converter os objetos, que não dá espaço possível para que o homem se viva como liberdade.
E provavelmente o que há de mais extraordinário no cristianismo é essa coincidência de uma ideia do divino como omnipotente, como todo poderoso, como nós dizemos, e o facto de que a «ação», de Deus é uma «ação» de ter concebido o homem livre, totalmente livre. Parece-me que Deus é o espaço de liberdade que os homens são capazes de conceber como sendo o espaço da única liberdade que merece esse nome. E não o contrário. O Deus cristão não é um ser que manda, que instaurou uma série de imperativos que os homens têm forçosamente que cumprir. A ideia de Deus, tal como o evangelho no-la mostra, é a ideia de um Deus que está, de uma certa maneira, à mercê daquilo mesmo que ele criou, porque somos livres para o poder recusar. Mas provavelmente não era isto que eu queria dizer (risos).
Há dois dias li um texto muito interessante do nosso caríssimo Bento Domingues intitulado assim: "Deus não sabe como se chama". Bem... nós provavelmente é que precisamos de saber como chamá-lo.
A autodefinição que vem no texto sagrado, que se dá como se fosse uma ficção, é a de uma entidade que na ordem linguística, na ordem lógica, se define como uma espécie de tautologia sublime, porque não há outra maneira de se definir. Nós não nos podemos definir assim. Se alguma vez um homem se apresentar como "eu sou quem sou", realmente já está muito próximo do internamento... (risos). Porque a experiência humana que nós temos, quer pessoal quer coletiva, não corresponde a essa autoafirmação.
Mas está escrito na Bíblia: "Eu sou quem sou", o que nos permite subentender um recado: "agora explorai essa revelação". É uma autoafirmação que não é da ordem lógica. Mas nem para essa autoafirmação é necessário recorrer a um conceito que nós chamamos fé. A fé aparece e tem razão de ser num contexto daquilo que para a experiência humana parece totalmente inaceitável. E é totalmente inaceitável numa ordem da razão que nós conhecemos, aquela que é fundadora do Ocidente e nos permite assumir o tipo de evidências a que nós acedemos, a partir daquilo que mais tarde se chamará a ciência, no sentido próprio do termo, lógica na ordem formal. Aparentemente esta afirmação "Eu sou quem sou" que me parece uma afirmação de tipo psicológico, metafísico, se quiserem, parece à primeira vista não ser diferente das visões filosóficas de um Platão, de um Aristóteles, do que é o ser, do que é o não ser.
Estamos aqui dentro daquilo que não é da ordem da fé. Por mais extraordinárias que sejam as reflexões da metafísica ocidental elas não pertencem a esse domínio. Quando S. Paulo, desejoso de ter um público que compreendesse a novidade dessa nova visão que ele tinha tido do que é o santo, o sagrado, o divino propriamente dito, mas um divino de outra ordem, tentando em Atenas criar estratégias face a um ceticismo grego de uma humanidade que, na pluralidade de deuses (algo que não é da ordem do racional mas uma forma de racionalidade que permitia domesticar a experiência humana dessa época) vê numa inscrição dedicada a todos os deuses uma inscrição pequena dedicada "ao Deus desconhecido". E S. Paulo, que é um grande retórico, diz:
"Eu venho pregar esse Deus, que vós desconheceis, vós tendes todos os deuses, mas não tendes esse Deus".
Aos gregos que representavam a razão humana mais subtil da cultura do Ocidente diz-lhes: «Vós conheceis tudo mas não tendes esse Deus».
E começa naturalmente a falar dessa nova referência, dessa nova incarnação do divino, de um Deus humano, de um Deus humano em si próprio. Os gregos estavam habituados a lidar com o pensamento de grandes filósofos mas quando S. Paulo anunciou que Jesus ressuscitou, o areópago não se riu, mas os presentes afastaram-se e foram-se embora. O que ele estava dizendo era para eles incrível.
Mas é tão incrível na hora em que ele o disse em Atenas como hoje é incrível. Não temos (e neste aspeto Wittgenstein tinha razão) nem mais meios nem mais espaço do que a linguagem, ela mesma. Porque a linguagem não está à nossa disposição. Nós somos a linguagem que dispõe de nós. Podemos sempre fazer uma inversão na linguagem como fez Tertuliano que disse: "Creio porque é absurdo". Bem... isto é considerado como o máximo da cegueira do ponto de vista humano, ou uma espécie de provocação máxima ou ainda de um mau comportamento do discurso humano. Naquela altura ainda ninguém conhecia uma experiência em termos poético-culturais chamada surrealismo. Dizer "creio porque é absurdo" não era uma graça cultural de que os intelectuais e os poetas têm o segredo. Era qualquer coisa séria. Em última análise nós também não somos os senhores daquilo que nos define no campo da razão. Aquilo que nos distingue na ordem meramente profana de todos os seres que nós conhecemos é o sermos criados assim ou de nos terem inventado assim através da História, mas a razão não está no lugar do Deus que contestamos porque é tão difícil de apreender o que se não pode nomear. A razão é o esforço máximo da inteligência humana de que é capaz para compreender o cosmos em todas as suas dimensões, de compreender o que nós somos e, na medida do possível, tentar desvendar ou antecipar o que nos espera, o nosso destino. Simplesmente, todos nós sabemos (e mesmo se não o soubéssemos, os antigos já o sabiam) que a razão é também outra coisa e que mesmo o homem antigo que vive numa espécie de luminosidade de fundo está confrontado com uma opacidade relativamente ao seu destino.
Impelido pela mais luminosa das suas intenções, o mais sábio dos homens para os gregos, Édipo, o que interrogou a Esfinge, o que se propôs decifrar o mistério sem o qual o homem não é senhor do seu destino, não percebe exatamente qual o seu destino; ele é o decifrador do enigma mas por sua vez, como se fosse realmente personagem de um conto inventado por um Kafka, que ainda não existia, ele cai na armadilha de sua própria luz, da sua própria luminosidade.
Estamos todos nesta condição. Deus está fora dessa ordem, dessa perspetiva, particular e única que é aquela que é criada. E como dizia Kierkegaard, a fé cria o seu próprio objeto. A esse título ela não se pode discutir. Não se pode discutir aquilo que é discutível. Kierkegaard diz que os homens primitivos (qualificativo hoje já um tanto rejeitado), se pedem qualquer coisa ao fetiche ou se querem que esse fetiche intervenha, e se isso faz parte da sua própria pulsão, eles estão a rezar ao Deus verdadeiro. Toda a dificuldade dos incertos do meu género é saber como se distingue o "fetiche" do Deus verdadeiro. E ainda não consegui resolver este problema mas penso que na minha maneira de encarar isto, o único fetiche de que eu me fui desprendendo chama-se efetivamente o "fetiche" da razão. Não cultivando com tanto fervor como devia esse fetiche, só me resta esperar que o não fetiche por excelência, uma outra coisa, de outra ordem, seja mais verdadeiro do que o conjunto das verdades puramente racionais, que são as minhas, de que não abdico, mas que não bastam para aquilo que ele próprio é, em certas horas de todos nós, como algo de propriamente indescritível, incompreensível, quando nós estamos diante de obstáculos que não podem sequer ser nomeados, porque nós não somos capazes de os nomear. Então aparece uma outra nomeação, uma espécie de antinomeação que seria a nomeação verdadeira.
E nessa nomeação verdadeira inscreve-se aquilo que por via racional está mais perto daqueles que vivem essa relação com a verdade em que a fé tradicional realmente é vivida. E esta é por enquanto a "prière" dum incerto e não a "antiprière" dum autor que foi para nós no Ocidente, nomeadamente para a cultura portuguesa, na 2a metade do séc. XIX, um autor que perturbou o discurso católico tradicional chamado Ernesto Renan, "A oração da Acrópole".
Eu não tenho categoria para estar na acrópole e entre as duas acrópoles, a de S. Paulo e a de Renan, ainda me inclino hoje mais para a de S. Paulo que para a de Renan.
 
Eduardo Lourenço
In Reflexão Cristã, nn 37-38-39 (2011) (Revista do Centro de Reflexão Cristã)

PELA PAZ

Seja Portador da Luz e Mensageiro da Justiça da Solidariedade e da Paz.

Apoie a Operação 10 Milhões de Estrelas- Um Gesto Pela Paz 2011 da Cáritas Portuguesa.

“10 Milhões de Estrelas- Um Gesto Pela Paz” teve a sua origem em Annecy (França) em 1984, durante o tempo do Advento. Em 1991, a campanha tornou-se nacional e passou para o período do Natal.

No ano de 2002, “10 Milhões de Estrelas” atinge dimensão europeia quando cerca de 60 Cáritas, por toda a Europa, levam por diante acções conjuntas de iluminação de diversos espaços públicos. Em 2003, a operação ganha expressão mundial, dando visibilidade ao empenho da rede Cáritas a favor da paz e da solidariedade. Portugal adere pela primeira vez.



Por proposta da Cáritas Portuguesa, várias Cáritas Diocesanas portuguesas responderam ao desafio de implementar esta operação, cujo principal propósito é sensibilizar toda a população para a importância dos valores da justiça, da solidariedade e da paz.



Em 2011, pelo nono ano consecutivo, a Cáritas Portuguesa organiza, em parceria com todas as Cáritas Diocesanas de Portugal Continental, Madeira e Açores, a Operação “10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz e, contrariando uma visão meramente consumista do Natal, quer relembrar o seu verdadeiro sentido. O nascimento de Jesus Cristo, o Príncipe da Paz.



Com esta operação, a Cáritas, quer motivar cada português a adquirir uma vela que, quando acesa, quer em manifestações públicas, em cada uma das Dioceses de Portugal, quer na noite de 24 de Dezembro, por iniciativa de cada pessoa ou família, simbolize a adesão de toda a população portuguesa à causa da Paz.

Cada vela da Operação “10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz” , constitui um sinal e o meio, através do qual prestamos a nossa ajuda àqueles que mais precisam. A subscrição desta aplicação, pelo valor de 1,60€, bem como a sua partilha e divulgação, permitirá, não só apoiar os projectos da Cáritas mas, também, motivar cada cidadão para os valores da Paz, da Justiça e da Solidariedade.



Só unidos e com gestos concretos teremos capacidade para nos opormos à violência, à injustiça e à exclusão.



Dos lucros obtidos com esta campanha, 65% reverterão para cada uma das Cáritas Diocesanas, sendo canalizados para projectos destinados a apoiar as famílias portuguesas em situação de carência. Os restantes 35% reverterão para a Cáritas Portuguesa e destinam-se a apoiar as vítimas dos conflitos na Somália.



VAMOS, JUNTOS, ACENDER UMA VELA,

SÍMBOLO DO NOSSO DESEJO DE JUSTIÇA, SOLIDARIEDADE E PAZ PARA O MUNDO

Colabore com a Cáritas Portuguesa e, no dia 24 de Dezembro, acenda uma vela pela PAZ.



Informações
www.caritas.pt/estrelas
e.mail: caritas@caritas.pt

Friday, December 16, 2011

ORAÇÃO de S.João da Cruz, nossa também

Bem eu sei a fonte que mana e corre
Embora seja noite.


Aquela eterna fonte está escondida
mas sei bem d’onde é suprida
embora seja noite.


Sua origem desconheço, pois não a tem
mas sei que toda origem dela vem,
embora seja noite.


Sei que não pode haver coisa tão bela
e que céus e terra bebem dela,
embora seja noite.


Sei bem que fundo nela não se acha,
e que ninguém pode atravessá-la,
embora seja noite.


Sua claridade não é nunca escurecida
e sei que sua luz toda já é vinda,
embora seja noite.


Sei ser tão caudalosas suas correntes
que regam céus, infernos e as gentes,
embora seja noite.


A corrente que nasce desta fonte
sei que é forte e onipotente,
embora seja noite.


E das duas a corrente que procede
sei que nenhuma delas a precede,
embora seja noite.


E esta eterna fonte está escondida
neste vivo Pão pra dar-nos vida,
embora seja noite.


Aqui ela está chamando as criaturas
e se fartam desta água, ainda que às escuras
porque é de noite.


Esta viva fonte que desejo
neste Pão de vida a vejo,
embora seja noite.


São João da Cruz (1542-1591)
o frade espanhol que dizia que somos aquilo que amamos

Tuesday, December 13, 2011

PASSOS VAGAROSOS

Realmente, não tenho estado sem fazer nada.

Só que procuro mais habituar-me a mim, a viajar em mim.

Muito devagar bem sei. O meu estilo de vida, sempre ocupado, não se sente lá muito bem «sem tantas tarefas», que afinal muitas vezes me enchem de ruídos e de nadas.

Antes encontrar-me,

descobrir-me.

Sempre.

Friday, December 02, 2011

«OUVIMOS, LEMOS E VEMOS....»

Que bom, o meu blog reabriu.

Hoje não queria deixar de apontar uma conversa que ouvi no café,
na Aloma.

Percebi que se referiam ao livro de José Rodrigues dos Santos ( livro, mercadoria para vender, sei lá....)

O empregado - Então, as vendas têm diminuído?
Uma senhora nova - Pelo contrário. Vendemos muito bem, cada vez melhor.

o empregado - As opiniões, as críticas são muitas. Mas não interessa nada. Desde que venda ...

«Isto» passa-se no meu bairro.

Em Dezembro

2911

Que digo, «o meu bairro»?.

É.

E é o povo português.

Salva-me essa grande senhora que vi e ouvi na televião: Eunice.
E outras.
E outros.

Estrelas?

Na noite

Tuesday, September 27, 2011

TESOUROS

Não gosto nada de arrumar, mas lá arrumo qualquer coisa
de vez em quando, muito de vez em quando.
Agora que o Manel não está há quase um ano, tenho mesmo que arrumar.

Ontem, foram as duas gavetas,onde toda a vida guardámos pequenos tesouros de papel, folhas cortadas ao meio com afectos escritos nas letras dos meus pais, do pai e da mãe do Manel, de cada um dos nossos filhos, desenhos como presentes dos Marias, uma ou outra carta de um amigo.

Não quero fazer da vida só passado.

Mas quando o passado é assim coluna que me suporta e cada dia me incita a «um outro salto para a frente», é muito bom.

Dizem também a nossa vida

São tesouros.

Friday, September 16, 2011

LIVRO DE RECLAMAÇÕES

Um dia, um amigo deu-me um livro de reclamações.
Não me orgulho nada de reclamar muitas vezes. Faz subir a tensão e de pacífico não tem nada.
Julgo que páro para pensar mesmo e qualquer coisa está menos bem, reclamo.
A primeira vez deve ter sido em Tibaldinho quando, com seis anos, fugi da escola e vim até casa.
Aquela professora batia nos meninos.
A minha avó perguntou-me se a senhora me tinha batido. Eu que não, mas batia nos outros.
A D.Augusta bem que foi lá a casa, mas eu não voltei.

Um destes dias, ao chegar ao prédio onde habito, vi uns canos enfiados na canalização que abastece a água
O resto da história está no texto abaixo.
É cansativo e talvez não se mude nada.
Parece-me bem que as pessoas de hoje talvez pensem, mas calam-se.
E isso não dá bem comigo.

Esta mensagem é apenas um exemplo.
Sou assim e verdade que não me orgulho, mas acredito que alguém tem de falar.


Exmos Senhores

Cheguei ontem ao prédio onde moro, constato que há uma canalização ligada à minha rede de abastecimento sem que eu tenha recebido qualquer aviso nem nenhum dos outos moradores
Como a Epal tem sido sempre um serviço muito cordeal, estranhei e liguei comunicando o assunto à linha de apoio ao cliente tendo-me sido dito por quem me atendeu que «estavam a fazer reparações nesta zona e que as cartas de aviso seguiriam para a próxima semana».

Estranhei bastante, por isso vos escrevo esta mensagem que é também uma reclamação.

Peço que me respondam para o meu único mail que é

xxxxxx

e não o que segue onde se indica De.

O meu contrato está em nome de xxx

e o meu número de cliente é xxxxxx

Antecipadamente agradecida

Monday, August 15, 2011

SENHORA DA ASSUNÇÃO 15 DE AGOSTO

ORAÇÃO DE HOJE
DE SEMPRE


« Mostrai-vos a Mãe da esperança!
Velai sobre a estrada que ainda nos espera.
Velai sobre a humanidade e as novas situações de povos ainda ameaçados por riscos de guerra e de fome.
Velai sobre os responsáveis das Nações e sobre a Igreja, sempre tentada pelo espírito do mundo…»




SOBRE A MORTE DE MARIA

O mesmo grande Anjo que outrora
lhe trouxera a mensagem da conceção,
ali estava, aguardando a sua atenção,
e disse: o tempo do teu aparecimento é agora.
E ela perturbou-se como antes e mostrou
ser de novo a serva, assentindo profundamente. (..)

Quem poderia pensar que até à sua chegada
o vasto Céu imperfeito era?
O Ressuscitado ocupara a sua morada,
porém a seu lado, havia vinte e quatro anos, estivera
um trono vazio. E todos já começavam
a habituar-se à pura ausência
que estava como que fechada, pois a ofuscavam
os raios de luz do Filho em permanência.


(Rainer Maria Rilke)





Sunday, August 07, 2011

ANTES QUE SEJA MEIA-NOITE, A GRATIDÃO

Li, e já não sei aonde:
«posso viver com as duas pernas mas faz-me falta a terceira».

E nem sei ainda bem quanto me faz falta.

Nunca sei mesmo nada, ainda que me pareça que sei qualquer coisita.

Mas
mais do que tudo.
antes que seja Meia Noite,
o que aqui quero dizer é A GRATIDÃO
A TODOS
quantos me tentam ajudar a encontrar «estes passos outros»
com muitas saudades,
muitas,
procurando a firmeza de continuar.
E dizer SEMPRE.

Não é fácil.
Mas é Vida. E vale sempre a Vida.

Friday, June 17, 2011

A CASA

Que dizemos da casa?

Da nossa?
De qualquer outra,
que olhamos «de fora,
onde entramos a convite?

(texto a terminar)

Saturday, June 04, 2011

REFLEXÃO ?

Noite.
Certo que da noite nasce o dia.

Mas do vazio ...

Eu hei-de dar-lha a volta.

Havemos de dar-lhe a volta.


«Amanhã
de manhã....»

Qualquer modinha serve para dizer uma réstea de esperança
para a manhã.

réstea
pequenina

Monday, May 30, 2011

FORA DE PRAZO

NÃO É UMA QUEIXA
É SÓ UMA CONSTATAÇÃO DO QUE NÃO ENTENDO

Talvez há vinte anos (talvez «mais» que «menos») eu tenha pela primeira vez tomado contacto com o mundo daquilo que está «dentro do prazo» ou «fora de prazo».

Como tenho quase setenta e um anos, até aqui estive sempre «dentro de prazo».
Por mim, continuo.
Só que, contrariada, comecei a ver o prazo dos iogurtes, do leite, dos sumos, dos pacotes de batatas fritas ...

É que em casa dos meus pais, dos meus sogros, dos meus avós, dos meus amigos, em Tibaldinho, na quinta, neste quintal pequenino cá de casa onde nascem e renascem os jarros plantados pelos inquilinos anteriores (há mais de 50 anos), em S.Pedro do Estoril em casa da Ni e do avô Leitão, «prazo» era palavra desconhecida.

O meu neto mais velho, simpaticamente procura que eu aceite que «os tempos são outros»

Serão talvez. Mas nunca aceitei nada sem perceber.


O «espaço» é outra complicação. «Não tenho espaço».

E estou a falar de tudo o que tem entrelaçada uma imensa ternura, um gesto realmente místico, trabalho feito com grande alegria e fora de horas. Quer dizer, tudo aquilo que não é descartável.

Deparo-me portanto com um mundo «vazio».
Mesmo vazio.

Ocupam espaço os afectos ou estão fora de prazo?
Onde estão as memórias, boas ou más? Não têm lugar ou estão fora de prazo?

E por aí fora...de tanta coisa se diz «fora de prazo»

ou «para aquilo não encontro espaço».

E das pessoas? Não há espaço ou ocupam o espaço que lhes é devido, o da vida?

Ou estão «fora de prazo»?

Sunday, May 08, 2011

ASSIM. SEM MAIS

À conta dos papéis do IRS, tenho que arrumar a secretária.

Encontrei um «papelzito de apontamento» que dizia «arrumar a secretária do Manel».

Assim

Sem mais

Friday, April 15, 2011

ESPONTANEIDADE ????

Assaltam-me com espanto e alguma dor frases, afirmações que justificam qualquer coisa estranha a que hoje parece chamar-se «espontaneidade».

Não sei bem o que é.
Tantas vezes, porque espontâneamente «isto» ou «aquilo»,
devagar vamos entendendo que esse tal «espontâneo», se o queremos, requer a a construção da fidelidade.
Transcrevo, porque ela o diz tão bem, de Etty Hillesum, a jovem judia morta no campo de concentração de Auschwitz a 30 de Novembro de 1943:

“Ser fiel a tudo o que uma pessoa iniciou num momento espontâneo, demasiado espontâneo, por vezes

Ser fiel a cada sentimento, cada pensamento que começou a germinar.

Fiel no sentido mais lato da palavra.

Fiel a si mesmo, a Deus,
fiel aos seus próprios melhores momentos.

E onde uma pessoa está, ser totalmente, cem por cento SER

Saturday, April 09, 2011

PASSEAR NUMA AVENIDA DE LIVROS NA «LER DEVAGAR»

Era mais para dizer que o meu telemóvel não funciona.

Sabe.se lá porquê.

Agora só por mail


Felizmente a Ana e o André tinham-me desafiado para jantar fora com os Marias. Lá para Alcântara. Tesouros escondidos em edifícios que ao primeiro olhar mais parecem ruinas. Depois um espanto total E uma festa. Tudo.

E a alegria de entrar na «Ler devagar»! Mesmo devagar. Paredes, andares cheios de livros. Novos. Velhos. Capas de que me lembrava nas poucas estantes do meu pai. Outros tão recentes. Magia grande.

Eu tinha lido a «Odisseia» adapada para jovens.
Hoje trouxe-a para casa uma bela edição.
E grande.
O meu neto Manel perguntou-me «que livro é esse?»
«Este livro, Manel, tem todas as histórias»

Foi assim que o trouxe.
Apaziguada.
Por este livro.
Pela noite com os rapazes.
Pela noite de Lisboa.

Tantos são os espaços em que revisitamos a Vida.

Thursday, March 31, 2011

CASA DE FERNANDO PESSOA

Hoje fui à CASA DE FRENANDO PESSOA.

Que lufada de ar fresco!!!

Eu estava não «chateada», nem queria sair.

Tuesday, March 15, 2011

MEMÓRIAS POR UM «OLÁ»

Estava eu a abrir este blog e a pensar que queria deixar uma nota ou o que quer que fosse sobre uns pacotes de açúcar que acompanham manhãzinha o meu café, quando me lembrei que a A fazia anos.
Tentei o telemóvel. A A é afilhada do Manuel, mas o contacto não era frequente.
As minhas agendas marcavam este dia, cada ano. Eu lembrava o Manel. Ele ligava e à distância de alguns números, eu percebia as cumplicidades e a ternura expressas assim, de ano a ano.
E depois, era pr'ó ano.

Morreu o Manuel em Novembro.
Sendo esperado, foi tão inesperado.
Vi a dor da A.
Quando hoje atendeu, não reconheceu o número do meu telemóvel.
Disse-lhe «Sou a Teresa Frazão e quero muito dar-lhe os parabéns».
Entre a emoção e a alegria disse-me que queria muito vir cá a casa.
Queria saber e guardar tudo sobre o padrinho. A casa. Os livros. O sofá.
E queria ouvir-me.
Queria tudo aquilo a que tinha tido direito - a vida partilhada, o afecto, as fotografias, imagens certeiras, ali, reais.

Tinha sido assim trinta e tal anos, vida calada, vida escondida.
Mas era a vida do Manuel entrelaçada com a vida da A.

- Venha depressa, A. Não cozinho muito bem, mas à volta de uma mesa vamos falando.
Eu vou fazendo a narrativa e a A vai perguntando e vai guardando. Parece-me que vamos falar de tesouros escondidos.

Esses são os mais verdadeiros. Verdade.

Sunday, February 27, 2011

OS ÓSCARES

Nem que seja só um nadinha.

Viamo-lo sempre. Uma liturgia a vida toda.

Continuamos.

Agora eu.

Procuro - com dificuldade - que o vazio não seja maior.

Monday, February 21, 2011

HÁ PALAVRAS ... HÁ ESTIGMAS...

Agora
procuro reencontrar-me noutro passo, numa vida minha, que nunca se confrontrou nem antes nem depois de casar com uma espécie de protecção ou coitadinha, o que pressupõe de certo modo que se não tem em conta o respeito pela dignidade.
Está a ser difícil. Há palavras e há estigmas.
 
Vou transcrever um pouco do que escrevi ontem, que talvez dê para entender melhor esta busca dura e persistente.
Assim:
 
«Primeiro que eu interorize e perceba bem (ou quase bem) o q quer q seja leva sempre imenso tempo.
 
Não é do meu jeito a viúva coitadinha, não vamos ferir.Vivi sempre com respeito por mim. Com defeitos e  qualidades. E isso peço ou quase exijo .
 
Desistir de mim, não.
Não é altivez. É consciência.
 
Sim, sou viúva de um casamento inteiro, de igual para igual (não falo de virtudes nem de sabedoria, em que não quis nunca «chegar» um bocadinho que fosse ao ponto do Manel).

O nosso casamento não passou nunca por aí, qualquer coisa que seria mais um concurso do que um casamento. Nunca medimos nada «em balanças».
Nunca nos passou pela cabeça ou pela vida se não a dignidade de existir amando. 
 
Talvez mais do que tudo louvo e espanto-me  na vida do Manuel com atitudes como o nascimento do André, sete meses difíceis (a Maria tinha tido rubéola e o Manel impôs com firmeza e amor a vontade de que ele nascesse, disse sempre «essa criança é tão nosso filho como a Maria) e a dignidade  com que viveu a morte.
Espanto-me sim.
 
Os dias difíceis e que desejo às vezes mais silenciosos hão-de conduzir os meus passos de forma mais tranquila.»
 
Mas é que são difíceis mesmo e eu não posso perguntar ao Manel «Olha lá, que dizes disto?»
 
Tenho mesmo que clarificar umas agulhitas que me têm parecido pouco claras. Entretanto vou andando e não quero nenhum caos.
 
Gosto e gostei sempre de gostar das pessoas.
É a minha respiração. E não me é difícil.
O que é mais difícil é que o outro entenda mesmo «este de igual para igual».

Realmente há palavras e há estigmas. Mulher. Viúva.... Sei lá que mais

a

Sunday, February 13, 2011

DIAS!!! DIFERENÇAS! TANTAS DIFERENÇAS!

Irrito-me também com «dias especiais» Parecem-me todos importados. Espantam-me.
Ámanhã «Dia dos namorados».
Não sei o que é. Dantes, HÁ IMENSO TEMPO, UM TEMPO JÁ PERDIDO, o Dia dos Namorados, o Dia dos Namoros era o dia de Santo António. Fazia sentido. Não era preciso explicar, não era preciso comprar nada, nem flores, nem jantar fora. Nada. Tudo normalzinho. Talvez uma ida até à Igreja de Santo António e de volta um pãozinho que há-de estar bom p´ró ano.

E o Dia das Mulheres!!!
Muito pior.
Quero dizer a todas as Mulheres que se não deixem enganar. Nem flores, nem almoços ou jantares. Delas são todos os dias.
Toda a vida. De igual para igual

Se criássemos o DIA DO HOMEM ?
Veriam então «o que é ser diferente».
E quanto dói.

Thursday, February 10, 2011

QUERO/QUEREMOS SONHO/SONHÁMOS SEMPRE UMA IGREJA ASSIM ...

Li ontem no jornal on line «Página Um»


“Sonho com uma Igreja em que qualquer fi el possa dizer o que quiser a um
bispo e onde um bispo possa dizer o que quer também”, explicou o Bispo
de Down and Conner
.

Monday, January 31, 2011

«DOMINGO AO FIM DO DIA. . . . .»

Comecei esta postagem no domingo e ao fim de dia.

Estava uma confusão. E acrescentei «Não leiam. Hei-de dar forma e conteúdo a esta mensagem.

Aí vai

Não me lembro de gostar muito de domingos. Tinha sempre esta pergunta
o que faço hoje?

O domingo trazia consigo esta pergunta/esta prisão.
Era preciso fazer qualquer coisa de diferente.

Também não gosto quase nada de distracções. Gosto mais de razões.

Portanto há tanta coisa de que eu gosto de fazer ao domingo. Sobretudo «coisas de nada».

Nesta nova situação tem sido mais difícil.

No domingo passado, entrei em casa e «nesta dificuldade» lembrei-me da canção, no poema que tinha oferecido ao Manuel quando fizemos dez anos de casados ( «vinte» passou a «dez»).

Estas palavras são tão certas.

Aí vão uns excertos:

"Veinte anos de estar juntos,
esta tarde se han cumplido,
para ti flores, perfumes
para mi... Algunos libros!
No te he dicho grandes cosas, !
ya sabes cosas de viejos!
Hace tiempo que intentamos
bonar nuestro Destino,
Tú bajabas la persiana.
Yo apuraba mi ultimo vino.
Hoy En esta noche fría
casi como ignorando
el sabor de soledad compartida,
quise hacerte una canción,
para cantar despacito,
como se duerme a los ninos.
Y ya ves solo palabras,
sobre notas me han salido.
Que al igual que tú y que yo,
se soportan amistosas,
ni se importan ni se estorban,
mas non son una canción. ...
Qué helaba está esta casa. ...
Será que está cerca del Rio. ...
O es que entramos en invierno. ...
Y están llegando... ...
Están llegando los fríos".


Patxi Andion

Nós fomos,
nós somos «uma canção»
Sempre

Thursday, January 27, 2011

À PROCURA DE TESOUROS PERDIDOS

Acordei, vi um sol mesmo amarelinho, disse para mim «Vou escrever no meu blog Está sol.

Depois, seguidinhos, uma chuva. Um frio.

E esta chuva, este frio falavam-me da televisão que temos, dos programas até à 1 da manhã.

Telenovelas cujo objectivo me parece «quanto mais alienarmos os telespectadores MELHOR».

Depois Bibi ... Quem pagou E COMO SE PERMITE? Fala-se, palavras que não ouvimos e não nos inquitam.

Depois hão-de encher-se os écrans com imagens, velas, flores, figuras cheias de visibilidade na «metade» do enterro de Carlos...

Procurámos a vida toda viver cumprindo ideais,
procurámos trabalhar cumprindo.

Procurámpos SER.

E agora?

Quero para mim a dinâmica de procurar estes tesouros.
Até ao fim.

Onde se guarda esta procura?

Monday, January 24, 2011

CADA DIA ... UM POUCO MAIS

Afinal, e depois das presidenciais ( eu tão zangada com o painel...), ontem é verdade que senti tanto a tua falta.Valeu-me o André que me telefonou e perguntou «Mãe, amanhã vamos à escola?»

E fomos. E foi muito bom.
Com quase trinta aninhos de diferença, encontrámos muita gente conhecida, não eram sempre os mesmos, claro.
E foi uma festa. (Campo de Ourique é assim ...).

Lembras-te de quando fui votar pela primeira vez no tempo de Marcelo. Até aí, mulheres a votar, nunca. A paciência com que estiveste numa fila enorme até que chegasse a minha vez.
As lutas académicas.
Os ideais.

Ir votar foi sempre um acto de liberdade. De consciência. De alegria.

Mas sei-te sempre tão entrelaçado e digo quase sempre «nós», enquanto procuro um outro jeito. Um outro passo.

Isto tudo para dizer também que a postagem anterior não faz muito sentido. Não é bom desejar que o tempo que pare.
Hoje, assim.
Amanhã outro dia.
Sempre vida.
E vida sempre nova.

Monday, January 03, 2011

DO TEMPO ...

Estava eu a tentar escrever sobre o Ano Novo e uma agenda nova,

quando da memória da juventude surgiam as palavras de Lamartine

«Ainsi, toujours poussés vers de nouveaux rivages,
Dans la nuit éternelle emportés sans retour,
Ne pourrons-nous jamais sur l'océan des âges
Jeter l'ancre un seul jour ?

Et la voix qui m'est chère
Laissa tomber ces mots :

« Ô temps, suspends ton vol ! et vous, heures propices,
Suspendez votre cours !
Laissez-nous savourer les rapides délices
Des plus beaux de nos jours !

« Assez de malheureux ici-bas vous implorent ;
Coulez, coulez pour eux ;
Prenez avec leurs jours les soins qui les dévorent ;
Oubliez les heureux.
(...)

L'homme n'a point de port, le temps n'a point de rive ;
Il coule, et nous passons ! »

Não sei se é «demasiado francês», mas vale.

Talvez porque sempre o senti forte em mim, me lembre tão bem
palavra por palavra.

Saturday, January 01, 2011

Desbloqueou o Blog. Ano Novo, deve ser isso ...

Só para dizer «Bom Ano»

E pedir-vos que não deixem que esta crise seja o centro da vida.

Só a vida é a razão da vida.

Cada dia serenamente,

aprendendo sempre.