Tuesday, July 24, 2007

CONTINUAÇÃO

O Manel:
«Isto é muito engraçado, mas não percebo nada.
Ó filha, só me dás problemas.... (a máquina)

Olha, já vou no passo 3. Saltei 2, claro.

Hoje é dia, hoje é dia 24.
Agora,
e o mês é ...
O ano 2007
E a hora são 18,e 46

Agora tou tramado que fiquei só com... (ruído que não percebi)»

Silêncio.
Vou ficar por aqui.
É mesmo só esperar.

FINALMENTE A MÁQUINA FOTOGRÁFICA

A tal máquina fotográfica que o André deu ao pai no Natal veio para a Tomar.

Foi mesmo mesmo agora desembrulhada daquele celofane todo.

Neste momento o Manel na varanda do quarto (Hotel dos Templários,...)a ler as instruções.
E a falar sozinho.
«Agora vou começar a aprender.
Muito bem.
E depois.
Isto é a pantalla.
(parece que vem tudo em espanhol)
Tou tramado. Tás-me a gastar a bateria toda. Bem, cada um faz o que quer, é por isso que estamos de férias.»

Isto é só esperar.

Monday, July 23, 2007

UMA PAUSA


Viemos até Tomar,
Uma pausa nos dias que enchemos de «coisas».
Viemos «por nada».
E aqui, neste «por nada», a vida.

Thursday, July 19, 2007

DE EDUARDO PRADO COELHO

«Exactamente a fotografia ou radiografia do português e do país...

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem com Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria-prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada,t anto ou mais o que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL,DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO. Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos. Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos. Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito. Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros. Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é "muito chato ter que ler") e não há consciência, nem memória política, nem histórica, nem económica. Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprova projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar a alguns. Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser "compradas", sem se fazer qualquer exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar-lhe o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão. Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes. Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como Português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta. Como "matéria-prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que nosso país precisa. Esses defeitos, essa "CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA" congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte... Fico triste. Porque, ainda que Sócrates fosse embora hoje mesmo, o próximo que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria-prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, e nem serve Sócrates, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente abusados! É muito bom ser Português. Mas quando essa Portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda... Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um Messias. Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a nos acontecer: desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO. E você, o que pensa?.... MEDITE!»
EDUARDO PRADO COELHO
Meu caro Eduardo, é exactamente assim que eu penso.

CASAQUINHO COR-DE-ROSA

O Afonso já nasceu (e recebeu o casaco branco), o João já nasceu (e recebeu o casaco azul), a Alice já nasceu, recebeu dois casacos e ... eu ainda a acabar o terceiro. É que cor-de-rosa, ao fim de dezassete anos a tricotar branco e azul, tem sido uma tarefa com a maravilha de ser a primeira.

E o meu blog coitado... caladinho caladinho.

E as tarefas de casa, quase tudo por fazer, também não acabam nunca.

Vá lá de tricotar o casaco cor-de-rosa. Rapidamente.

Wednesday, July 04, 2007

BOM DIA


Tenho imenos «tiques», «vícios», «hábitos». Como quiserem.
O meu primeiro gesto da manhã é ler os mails no computador e abrir a janela.

Hoje quando abrri a tal janela, passava no passeio em frente a senhora que cozinha no café do Pedro.
E eu «Bom Dia».
Ela tem um sorriso daqueles que ajudam a viver.
«Bom dia» respondeu-me com o tal sorriso. «Lá vamos começar.»

É isso mesmo. Começar sempre. Recomeçar.
Começar de novo.
Bem, o meu filho André já escrevia aqui inteirnha a letra da canção....

«Começar de novo
E contar comigo...»
Tal qual.
Contar comigo. Cada dia.

MANUEL FRAZÃO e MANUEL FRAZÃO

Ontem fomos ao Jardim Escola João de Deus. A escolinha do Manuel (avô) e agora, a dos Marias todos.
Emocino-me sempre. Às vezes isto é só lágrimas ... Como se a vida passasse aos bocados num filme com montagem de memórias e afectos. Muitos.
De manhã foi a festa do Manuel (neto).
Tão compenetrado em todas os seus papéis!
Quando cantaram bem perfilados o hino do «João de Deus», liguei o telemóvel para o avô ouvir (o meu telemóvel não dá imagem, mas... o avô também tem lágrimas!).

E na entrega dos diplomas, foi... (não sei adjectivar,...). A professora chamou «Manuel Frazão».
MANUEL FRAZÂO!
Mas este, o Maria, tem o sorriso mais bonito que já se viu. Boca bem aberta, olhos a rir.

Entregou-me o envelope com a ficha de avaliação. E eu nada de abrir. Mas ele «É para a avó ler»

Parabéns Manuel Maria. Não tanto pelas notas muito boas que tiveste.
É que as avós, mesmo as avós professoras, poem a ternura no primeiro item da avaliação .