Wednesday, May 28, 2008

APOSENTAÇÃO,CHUVA DE MAIO...MALHAS PARA TECER.


Nada como uma reforma para «não ter tempo». E isso é bom. Pincelo os dias com vida. Às vezes até me condeno por «estar a dar pouco rendimento.» E estou. Mas verdade, verdade, são sessenta e sete, quase sessenta e oito.

Agora mesmo ia estender uma ropinha. E chove. É uma chuva mansa.
Esqueço a roupa e tento que esta serenidade tome conta de mim. Chover em Maio é qualquer coisa ao contrário. Contra a corrente. E não sei de quem as palavras «Chuva de Maio, melodia mansa, desejos brandos ...». Não sei de quem. Mas são de longe. De outrora e de hoje. Como em francês se diz «jadis».

Teço as últimas malhas da colchinha do bebé da C. Com esta serenidade de quem aprende a esperar. De quem quer aprender sempre a esperar.

E deixo ainda um pedido de desculpas à Inês. À quarta-feira, é um dia ocupado. Vou à catequese com os Marias.

E também um agradecimento ao Manel que me disse que ontem era o dia dos vizinhos. Maravilha! À falta de tempo para organizar um encontro num patamar, enfiei na caixa de correio de cada um, um chocolate. Marca branca. Pingo Doce. E um cartão. Umas palavras.

Está-se a ver que a minha vida só é rentável em afectos.
E fico serenamente agradecida.

Sunday, May 18, 2008

INÊS


Vá lá, Inês, confirme-me que leu a minha resposta em comentário na postagem anterior.
Para que eu fique tranquila, OK?
OK não se diz, mas vá...

Saturday, May 03, 2008

MULHER A DIAS VENDEDORA DE RAMOS DE ESPIGAS E DE AFECTOS


Pois eu já me esquecia de escrever o elogio enorme e sentido à Maria de Lourdes, que trabalhou a dias em casa dos meus sogros.
Há muito tempo que se mudou para fora de Lisboa.
Masvolta, todos os anos em dia de espiga, a carrinha carregada de molhos - papoilas, oliveira, espigas.

Na quinta feira fui regar cedinho as plantas da varanda e da esquina sôtora...(é assim que me trata).

Como eu não saí nem para ir ao café , ela veio cá a casa, um alguidar cheio de molhos. P'ra sôtora escolher.

Depois quer saber dos meninos que são os meus filhos. E faz-me confidências.

Bem haja, Maria de lourdes pela festa que traz nesses molhos.
Bem haja pela amizade sempre dita e renovada.

P'ró ano então, se Deus quiser.
Até lá saudades suas.

Friday, May 02, 2008

Agora ..


... só é o tempo de pensarmos nos afectos.
... e de os dizer,
quando podemos,
se podemos.
... talvez vejas que sorrio para ti, na distância a que deixaste a memória, os caracóis, os calções e essas aulas, já nem sei.
... e eu sem entender essa distância.

Agora, só é o tempo dos afectos. E de insistir no sorriso, devagar.

Vou tecer malhas para a manta do bebé da Catarina. E imagino ou sonho que deixando malhas por aí, escrevo os afectos.

Lá fora é Primavera. Há rosas no quintal. E sardinheiras.
Poiso a mão no teu ombro.
E estou aqui.