Wednesday, February 27, 2013

POEMA A GALILEU

Tão actual. Sempre a distracção parece sedutora. Pensar, procurar, buscar a verdade parece incómodo, irritante. A ver se consigo postar um vídeo de António Gedeão (Rómulo de Carvalho) que diz o poema E não consigo ....

CORAÇÃO DE MISERICÓRDIA

Transcrevo a Oração da RR do pe António Rego. Aplaudo-a. Bem preciso, bem precisamos que se faça nossa. «Prontos para apanhar as pedras foram cercando a pecadora A morte era o castigo justo pelo pecado Condenar, condenar à morte mesmo antes de qualquer sentença ou melhor, a sentença foi dada antes da confirmação de qualquer transgressão. É réu. E basta isso para condenar à morte. Em boa verdade, o que falta aqui é apenas um coração de misericórdia. E quem sabe em verdade o que é a misericórdia és tu. Apenas tu. Todos os nossos corações estão viciados pela justiça estreita que acaba por não ser justiça por lhe faltar a medida da misericórdia. Tem piedade de todos. Sobretudo dos que não se aceitam como pecadores...» Pe. António Rego

Monday, February 25, 2013

A NOITE DOS ÓSCARES

Sempre esta noite assim. Faz-me falta o teu entusiasmo. Só que o cravaste em mim. E, é claro, fico. Sei que antes do final, eu hei-de adormecer. Foi sempre assim. De manhã, carrego no comando se tiver apagado a televisão. Num relâmpago, a imagem. E como disseste ao André e hás-de dizer-lhe sempre e hás- de dizer-nos sempre "vê para lá da imagem". É bom que o nosso neto Francisco fique a ver! Todo o passado e todo o presente nos diz a eternidade.

Sunday, February 24, 2013

A VIDA

"A maravilha que é estarmos entre os vivos, na vida" David Mourão Ferreira" Oiço-o, vejo-o, leio-o, digo-o verso a verso, cheiro-lhe o cachimbo e a voz. E quanto aplaudo!

Saturday, February 23, 2013

FOGUEIRAS DA INQUISIÇÃO

Não, não é só a comunicação social ( a revista Visão deve ter vendido muito bem. É desonesto) As fogueiras da Inquisição existem. Para calcar. Para destruir. Para matar. E o senhor, D. Carlos Azevedo, lembra-me Galileu. Com dor.

Thursday, February 21, 2013

D. Carlos Azevedo

Sempre admirei D Carlos Azevedo. E admiro. Não há sensacionalismo mediático que possa destruir a pessoa de D. Carlos, creio. Em que inferno deixamos que nos lance a comunicação social?

Monday, February 18, 2013

PRÓS E CONTRAS

Ontem, João César das Neves, exaltou-se e prestou um muito mau serviço à Igreja. Na verdade, cada vez mais tenho a certeza de que a Igreja só precisa procurar ser mais e mais semelhante ao seu Senhor, Jesus Cristo. João César das Neves queria impor a sua razão. Porquê? Queria ganhar o quê?

Sunday, February 17, 2013

de Clarice Lispector

«Corro perigo Como toda pessoa que vive E a única coisa que me espera É exatamente o inesperado»

Thursday, February 14, 2013

UM SOL SOBRE AS NOITES

Senhor, dá a todos nós, o dom do sol e da paz sobre as dores tantas, que sufocam a vida.

QUARTA-FEIRA DE CINZAS de T S ELIOT

Havia de ter postado ontem.Sempre alguns atrasos na condição humana...E que importa? QUARTA-FEIRA DE CINZAS (...) Porque sei que o tempo é sempre o tempo E que o espaço é sempre o espaço apenas E que o real somente o é dentro de um tempo E apenas para o espaço que o contém Alegro-me de serem as coisas o que são E renuncio à face abençoada E renuncio à voz Porque esperar não posso mais E assim me alegro, por ter de alguma coisa edificar De que me possa depois rejubilar Porque estas asas de voar já se esqueceram E no ar apenas são andrajos que se arqueiam No ar agora cabalmente exíguo e seco Mais exíguo e mais seco que o desejo Ensinai-nos o desvelo e o menosprezo Ensinai-nos a estar postos em sossego. Rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte Rogai por nós agora e na hora de nossa morte.

Wednesday, February 06, 2013

JOANA

Obrigada, Joana, pela atenção. Pelas palavras. Pela empatia. É tudo bom.

CAMPO DE OURIQUE. FIM DA TARDE

Saio quase noite. Perto do Pingo Doce, uma senhora que encontro no café. Cabelo preto. Pintado. Corte moderno. Traz até hoje a vida que talvez tenha tido e que queria. Exageradamente zangada, mesmo irritada, fala-me de «uma amiga tão teimosa» que nem queria ir ao médico das varizes. Bem precisamos de uma razão para os dias. De uma amiga «teimosa que não vai ao médico das varizes. E eu «não convencemos ninguém». E logo a seguir também eu«Até amanhâ» . Porque consumimos a curta vida em tanta pressa? O bairro é assim. Sempre a Esperança de um amanhã.

Monday, February 04, 2013

APONTAMENTO

Ontem a dor no sobressalto de um gesto. É que quando à noite entramos na casa de Tibaldinho, tiramos para dentro as chaves que penduramos naquele fecho do vidro. Há quanto tempo? Há todo o tempo. Todo o tempo, linha infinitamente horizontal. No dia seguinte, olhei todos os caminhos, percorri todos os caminhos. E verdade que «te não vi em Babilónia». Mais parece que não vi ninguém em Babilónia. Está lá,sim, o prato com a Branca de Neve e os sete anões. E as birras p´ra comer. E as cantigas da Tota até que a Ni e eu acabássemos a sopa. E a colcha da cama. E outra colcha da cama. E até está a televisão que não condiz. E todos os medos do corredor comprido. E o meu Anjo da Guarda. Está lá a bicicleta do André que logo lhe diz o sorriso e os olhos grandes. Está lá um armarinho de miniaturas da Maria. E um peixe de pano que ela fez, As oliveiras que entram p´las janelas e que têm sapatos pendurados. E a Ursa Maior apontada p´lo meu Pai. E a Estrada de Santiago apontada p´lo Manel. Mas tu não.

Saturday, February 02, 2013

O ESPELHO

Gostei sempre de chamar «Mãe» à Mãe do Manel. Gostei, sim. Muito. Não é que eu tenha sido fácil,... Feitiozinho Chamar-lhe «Mãe» foi tão natural. Nem vagamente me passou pela cabeça «que a minha Mãe sentisse isto ou aquilo». Estávamos as três de acordo e tranquilas. E era giro. A minha Mãe sempre «Teresinha devias assim, devias ...». A senhora «Oh Alice, ela tem pouco tempo, ela ...». E eu a respingar. Faz-me falta. E muita. A ver se aprendia de si essa sabedoria milenar que as famílias vão acumulando. Tenho cá a sua cómoda do quarto. Pedi aos meus cunhados se me podiam dar o espelho. E está ali, em cima da cómoda como dantes. Esse espelho onde tanta vez a vi ajeitar o bâton sempre discreto. Às vezes, olho-me no espelho e dou um toque ao cabelo. Não é bem a mesma coisa. Mas vá lá. É assim. De geração em geração.