Saturday, November 28, 2009

ADVENTO E HONESTIDADE

O que é que neste país é honesto?

Verdade, qualquer coisinha serve.

Porque começa o Advento

E há-de vir o Natal.

Recebi uma proposta de encontro com o tema

«SOMOS NÓS QUE FAZEMOS O PRESÉPIO OU É O PRESÉPIO QUE NOS FAZ?»

«Isto» já vale. Pudéssemos nós passar esta pergunta pela cidade e talvez...

É que A DESONESTIDADE NÃO É UMA FATALIDADE.
Não é mesmo.

Friday, November 20, 2009

MÃE

Amanhã é dia da Apresentação de Nossa Senhora.

E como calha bem que seja também o dia em que a minha mãe faria anos.
Para lhe louvar a vida.
A coragem.
Essa inteireza que, entendo hoje, lhe escondia o sofrimento.

A senhora nunca confessava. Dizia coisas como «não tem importância» ou «não é nada, vais ver».
Quando a dor foi mais forte porque o pai morreu, a mãe olhou-me, olhos nos olhos, sem fugas, sem mentiras. E disse «Acontece a todos».
Esse olhar, essa frase, essa dor partilhada comigo. E só assim. «Acontece a todos».

Hoje, que os meus filhos são homens e mulheres cujas vidas não devo controlar e os meus netos seguem o mesmo caminho, percebo-a bem melhor.

Olhe, deve lembrar-se daquele arroz doce que só a mãe fazia e nunca conseguiu ensinar-me. Não sabia ao certo a quantidade dos ovos, nem do leite.
Disse-me «Vais vendo».
Esse foi talvez o segredo maior que me ensinou «Vais vendo».

Tenho-o presente
e procuro aplicá-lo.
Dia a dia.
De situação em situação.
Sem regras.
E sem medida certa.

Calha tão bem esta festa.
É que foi com estas frases de aparência neutra que a minha mãe me apresentou à vida.

Thursday, November 19, 2009

O ESPANTO E O FRACASSO

Bati-me a vida toda por causas.
Talvez muitas.
Causas pela justiça, por todas as formas de humanidade.

Hoje, numa conversa, no mínimo estranha,

pergunto

O QUE VALE?

A PALAVRA DADA?

OU O JOGO EM QUE
GANHA O MAIS NOVO e supostamente O MAIS FORTE?

Não gosto de dizer «que não estou neste mundo», mas é só ver
só ouvir.

ONDE ESTOU?

DÒI-ME A MINHA GERAÇÃO

PS - Ninguém há-de perceber nada desta postagem. E não dá para explicar.
Às vezes,
é assim.

Saturday, November 07, 2009

SEM LUGAR NA PARÓQUIA DO TEU BAIRRO

Nem sequer é teu «o espaço que te cabe neste latifúndio».

Para que não se confunda,
Sou católica e escolhi.
Por isso,
Por amor a esta Igreja que escolhi,
Devo dizer, devo denunciar sempre que me parece incorrecto o seu agir.

Foi o que aconteceu ontem.
Mesmo aqui.
No prédio ao lado.
Na paróquia do meu bairro.

Tinhas idade e estavas muito doente. Vi que por ti se multiplicavam os cuidados, por exemplo no café, pequeno e sem notícia, aqui em frente.

Esperávamos este desenlace.

Deu-se ontem. (em desabafo, fazes-nos falta, tanta falta...)

E a paróquia que é a tua,
ali onde sempre foste tantas vezes,
que provavelmente ajudaste a manter,
recusou a entrada e a vela do teu corpo sem vida.

É que era dia da festa do seu padroeiro.
Vinham muitas entidades.
Civis, militares e religiosas.
Pompa e muita circunstância.
O teu corpo não pode entrar na quase invisível porta lateral das capelas mortuárias.

Talvez um corpo morto não ficasse bem…

A ti já te não dói.
Mas doeu a tantos de nós, ao bairro quase todo e não condiz com cristianismo.
O que é isto?

E neste episódio lastimável, doloroso,
Não encontro o rosto de Jesus.

Quem devo responsabilizar?
A agência funerária?
Alguém que da igreja deu ousou tal insensata e cruel proibição?

Jesus Cristo que chorou a morte dos amigos
chorou ontem por ti
e chorou com grande dor pela Sua Igreja.