Wednesday, September 27, 2006

EUNICE MUÑOZ

Hoje à tarde vi/ouvi, quase por acaso, a Eunice na RTP 1.
Vi mais do que ouvi.
O olhar, o sorriso e essa postura.
Dei comigo em lágrimas.
Serenamente.
A Eunice toca sempre no mais fundo de mim,
no mais fundo da vida.
Destes momentos e destas pessoas de que se faz a vida.
De que se faz mesmo a vida.

Monday, September 25, 2006

«VOLVER»

Um conselho?
Uma dica?
Ver e rever «Volver».
Deixar que todos os mistérios nos envolvam.
Sem perguntas, porque nunca saberemos as respostas.
Sem perguntas.
Apaziguados, quem sabe?
Apaziguados.

AS ARGOLAS DE GUARDANAPO QUE NOS DESTE

Ficaste connosco, Teresinha Guimarães. Para sempre.
Com esse jeito de amar até ao fim.
Às vezes tão «sem jeito».
Esse jeito de dizer «que não», que não estavas de acordo. Quase nunca.
Esse jeito que te mantinha viva. E atenta. E a nós também.
Faz-nos o favor de, onde quer que estejas, nos mandares uma força e um sopro qualquer que não nos deixe viver nos marasmos que sempre detestaste.

De ti, guardamo tudo, como sabes.
Bem vês, na nossa mesa, as argolas de guardanapo, que nos deste.

Sunday, September 24, 2006

EM SETEMBRO «CHUVA DE MAIO» de PAULO FRAZÃO

Gosto de Setembro.
Hoje fui pelo Jardim da Estrela, reencontrando a paz que nos volta em Setembro.
Por esta altura, lembro muitas vezes um poema do tio Paulo do Manuel, Paulo Frazão, que, cantando a chuva de Maio e não a de Setembro, me parece dizer a mesma paz.
Deixo algumas das suas palavras, datadas de 1928

«Chuva de Maio,
chuva de lenda,
caindo branda, tão de mansinho,
que mais parece feita de renda,
que mais parece feita de arminho,
Chuva de Maio, chuva de lenda ...

Chuva de Maio,
que vai caindo
suavemente - chuva divina -,
ao mesmo tempo que o sol, fulgindo
pelas alturas, tudo ilumina.
Chuva de Maio,
que vai caindo...»

NESPRESSO MONITOR PLASMA

O Manuel têm uma máquina nespresso que «já» instalou.
Também «já» instalou o meu novo monitor plasma.
Sublinho a palavra «já», porque ao longo destes anos, isto tem sido sempre à espera que alguém venha até cá e dê uma mãozinha. E acaba sempre por vir, ...
Nem o Manuel nem eu alguma vez pregámos um prego.
Hoje, ...milagre!!!
No fim destas instalações todas, declarou cheio de auto estima «Até já estou pronto para ir ao IKEA.»

Alguém ainda defende que a gente a partir de certa idade já não muda?

Friday, September 22, 2006

FOTO FUNDADORA DESTE BLOGUINHO

Ontem o Manuel escreveu este comentário junto da foto a preto e branco da «leitaria».
Sorrio enternecida e agradecida.
E deixo-o também para vocês.

«Então a foto fundadora deste bloguinho não precisa de mais legendagem?A leitaria é também pastelaria. Há cerveja a copo e gelo também. A menina de escuro (a Teresa) e a menina de claro, a protegida. O carrinho e a boneca faziam parte da formação básica das futuras mães. E não existem mais pessoas no vão da porta: o que há são bananas e outra fruta. Portanto, também frutaria Ecila. Por fim de notar que as cortinas que protegem as vitrinas têm barras de renda.Como uma foto minúscula, a p/b, dá tanta informação sobre a personalidade da dona do blog! Ao trabalho, psicanalistas!Manel 09.21.06 - 12:57 pm #

Sunday, September 17, 2006

A LEITARIA HÁ SESSENTA ANOS...

O André lá conseguiu com êxito (ricos meninos, sempre mais habilidosos do que os pais!!!) publicar a «leitaria» há sessenta anos, mais ou menos.
Eu sou a da esquerda, gorda e sorridente.
E continuo...
Amanhã vou de férias com o Manel para Palmela, pousada histórica e tudo!
Viva!
Namoro sempre. E luxo, que a idade já permite e a gente gosta.
Até quarta à noite, OK?

Teste às fotos

Saturday, September 16, 2006

VIDA

Pois a «leitaria» fez ontem um ano.
O André, que lhe deu nome, escreveu aqui algumas palavras em jeito de introdução (que me espantaram pela memória e pelos afectos...as mães são mesmo tontas, é assim) e terminou «dê-lhe vida e boa sorte».
Outra vez obrigada, André.

E com surpresa, é bom perceber como a gente parece que dá vida aos filhos e são eles que nos vão dando essa mesma vida por aí fora.
Sempre.

Thursday, September 14, 2006

O FAZ DE CONTA

É urgente voltar ao Jardim da Parada ou ao Jardim da Estrela, a todos os jardins da inocência (inocência?),
e voltar jogar todos os jogos de Faz De Conta.
Todos.

O QUE OIÇO OU NÃO OIÇO E NÃO PERCEBO

Hoje, bem cedo, num canal televisivo, a propósito de um jogo de futebol «Vai ser uma noite de transcendência e de magia.»
Quem a disse procurou explicar. Julgo ter falado de concentração, de empenhamento.
Não percebo.

E há tantas outras palavras e outros tantos silêncios que não percebo mesmo. Ou que eu não quero aceitar nem dizer que percebo.
Por causa de alguma tranquilidade que procuro.
Que procuro.
Ficamos assim. Talvez eu não perceba. E sei que não sou estúpida. Nem distraída. Nada distraída.

Wednesday, September 13, 2006

REQUIEM PARA O SENHOR RODRIGUES DA ALOMA E PARA O PADRE MESSIAS DE TIBALDINHO

De vocês dois, a vida.
Coisas como, sem que eu pedisse, o senhor Rodrigues sabia já o que eu queria «os folhados da Aloma para o André» ou os copos que, pequenito, ele partiu e «o André vai pagar quando receber o primeiro ordenado». E sempre essa pergunta, esses cuidados «E a Maria? E o Bernardo?». Coisas outras, como o cafezinho que a minha mãe tomava ali de pé, linda, bem penteada, de casaco de astrakan, ritual cumprido antes da missa do meio dia.

Do padre Messias, lá em Tibaldinho, os pratos que cada ano me trazia «um presente para a senhora» e eu sem lugar para os pôr. No centro da mesa da casa de jantar, quando vinha, iam-se substituindo, um dia, um, no outro dia, o outro.
O que é que agora fazemos aos pratos?
E os almoços em que os dois festejávamos os anos? O Manel com uma paciência de santo, lá ia buscá-lo, lá ia levá-lo ao seu paçal de eremita. Esses almoços de três lugares, sempre com um de nós em frente da cadeira vazia. Nunca lhe disse isto, mas era incómodo.
De repente, saltava-lhe um entusiasmo enorme, o mesmo com que fez a vida, o mesmo que lhe permitiu lutar até ao fim com esse cancro estúpido, a que nunca deu o descanso.
Saltava-lhe esse entusiasmo pela música para as crianças, pelos bordados, pelas novas tecnologias para a agricultura.

Fazem-nos falta hoje. Fazem-nos falta sempre.
A vida de vocês dois valeu e vale muito. Muito.

Monday, September 04, 2006

PERDI-ME?

Estou a ouvir na sala ao lado o programa da Fátima Campos Ferreira.
Isto é o meu país ou é um pesadêlo?
Arrumámos o sonho, os ideais, as lutas?
Ou andam por aí escondidas, tão escondidas, mortas com o calor e tantas guerras?
É urgente procurá-las, com jeito, devagar.
Deixá-las ressurgir.
Deixar que a vida fale.
A vida.
A vida.

Sunday, September 03, 2006

O EIXO DO MAL

Voltou o «Eixo do mal»
Voltei a respirar, a rir, a concordar e a discordar.
Voltei a ouvir quem pensa e diz.

Façam-nos o favor de continuar.
Por mim, um obrigada.

MARIA DA FONTE

Os dias continuam cheios de calor.
Apetece a brisa fresca.
Um Outono talvez. Costuma acontecer-nos em Setembro.
Este ano tarda.
Ontem, quase um acaso, fomos por aí, pelo bairro, antes que nos desse aquela espécie de cansaço, quase depressão que aumenta com o televisor e os programas de que não quero nem falar («pára de dizer sempre mal, Maria Teresa»)
Ao virar de uma esquina, umas mesitas quase escondidas. Parecia só uma esplanada pequenina.
Ficámos. Uma água e uma bebida qualquer. Depois, chegaram a Z e o J. Vinham talvez ao mesmo que nós. E estivemos por ali em mesas pegadas. Palavras. Memórias. Amizade.
E picámos uns petiscos mesmo muito bons.
Voltámos bem contentes.
Frescos, pois então….