Thursday, July 30, 2009

COM A CLIX, PREJUDICADÍSSIMOS E ZANGADÍSSIMOS

Esta é a confirmação da reclamação que o meu marido acabou de fazer à Clix.

A reclamação vem imediatamente a seguir.

E só tem uma forma de ser adjectivada esta - INADMISSÍVEL.
Quem paga os prejuízos?
Quem paga ou repõe o tempo?

Numa crise
num país cheio de dificuldades,
O QUE SE FAZ A TANTO DESPERDÍCIO?
COMO NÃO SÃO OS RESPONSÁVEIS PENALIZADOS?

POR QUE É PENALIZADO O ÚNICO QUE PAGA, O CLIENTE?

VIVEMOS NUM MUNDO A QUE SE DIZ «NÃO VALE A PENA»...

ONDE ESTAMOS?
ONDE ESTOU?

Cá vai então:

«Caro(a) Cliente,

Confirmamos a recepção do seguinte pedido de esclarecimento:

Tipo de contacto: Reclamação
Assunto: Estado do Processo de Activação/Portabilidade»


RECLAMAÇÃO

«Nome: XXX
Contribuinte: XXX
Telemóvel de Contacto:XXX
Email: XXX
Tipo de Serviço contratado: Clix TV+NET+VOZ
Questão: Nº de Ident.:XXX
v/carta de 30/06/09
Anunciam-me transferência linha telefónica para o Clix a 10/07/09. Tradução: ficas sem telefone fixo nenhum (situação actual).
Anunciam-me que no prazo de 7 dias úteis serei contactado por um técnico Clix para agendar instalação do serviço TV. Tradução: silêncio absoluto até à data.
Continuo sem telefone fixo o que me faz uma imensa falta e me ocasiona uma incomportável despesa de telemóvel.

Tenho multiplicado os contactos telefónicos com o vosso Serviço ao Cliente. Para além de uma estranha informação inicial de que os serviços não me conseguiam contactar pelo telefone 21... (pois como seria tal possível se eu estava sem telefone fixo?!!) e não tinham forma de o fazer por falta de telemóvel. Respondi que para além duma morada onde fui contactado inicialmente por um vosso colaborador, tinha fornecido a este o meu telemóvel.
A todos os telefonemas para o vosso serviço, apenas encontrei a simpatia do vosso pessoal e apoio "moral" ao cliente.
Hoje informei o vosso colaborador Rúben Sabino que esperava até ao fim do dia um contacto responsável antes de iniciar os passos para agir através do meu advogado. Fiquei à espera, até agora em vão...

Assinatura
Horário preferencial de contacto: 10h às 12h»

Resposta:

«Obrigado pelo seu contacto. Daremos resposta no prazo máximo de 48h.

Com os melhores cumprimentos,

Serviço ao Cliente Clix»


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Sunday, July 26, 2009

CARTAS de Etty Hillesum


Leio as «Cartas» de Etty Hillesum.

Ainda que a tal vértebra partida me limite algumas actividades,
quero deixar aqui um nadinha de uma delas, que nem é um excerto. Mas julgo saber de cor e sei que no mínimo a ideia está certa.
Diz assim:

«Em mim a gratidão é sempre maior do que a tristeza».

Quero,
desejo muito apropriar-me desta sabedoria

A GRATIDÃO MAIOR DO QUE A TRISTEZA

Sabendo bem que «isto» não depende do que está fora de nós.

Há-de ir nascendo dentro,
criando raízes,
ser essência.

Sermos nós.

E ACONSELHO MUITO A LEITURA DESTAS «CARTAS». Podem mudar a vida toda.

Monday, July 20, 2009

ALCANÇADA A LUA EM VÉSPERAS DE PORTO COVO

Teve o sabor de um milagre.
O chão da nossa casa repleto de amigos.
Multiplicação do espaço.
Os pequenos ao colo do pai. A noite toda.
Incansável PAI neste assistir deste tão improvável alcançar da lua.

Veio a calhar uma avaria no Hilman Imp. Havíamos de partir mais tarde para Porto Covo.
Que era mesmo só aldeia.
De pescadores.
Uma rua, um largo.
Ao fundo, uma esplanada tímida, p'raí três cadeiras, onde bebíamos água tónica ao fim da tarde.

Aldeia
Crepúsculo
Milagre do que ainda hoje não é acreditável.

«Menina» de Ary dos santos no festival da canção.

E que saudades
e que presença de Ary.

Thursday, July 16, 2009

VOZ

Escrevo um texto para enviar ainda hoje.
Em frente a «Quadratura do Círculo» que o Manel quer ver (já adormeceu há imenso tempo e sabe-lhe muito bem)

Levanto-me.
Mudo de sala.
Esta trapalhada toda de abrir a Net noutro computador.

É QUE NÃO POSSO CALAR.

O que estou a ouvir a Lobo Xavier (com quem simpatizo muito) e a Pacheco Pereira julgo que não pode estar aacontecer.

Onde a memória?
Onde os ideais, esses da geração que sonhou e, ingenuidade, ainda sonham, QUE O MUNDO PODE MUDAR?

Defendem Alberto João Jardim. «O comunismo é inconstitucional» ou qualquer afirmação semelhante.

NÃO POSSO ACREDITAR.

MAS ESTOU MESMO A OUVIR.

Não concordo nada com aquele dogmatismo do Partido Comunista.
MAS O PAPEL QUE DESEMPENHOU ANTES DO VINTE E CINCO DE ABRIL?

Meu Deus, vou voltar ao meu texto.

TÃO CONFUSA!
O QUE É QUE ESTAMOS A OUVIR?

Nunca pertenci a partido político nennhum.

Mas a vida inteirinha me bati por mais justiça E apoiei com algumas consequências aqueles que o faziam e fazem.

Agora estou a ouvir isto. Se os mortos se erguessem das sepulturas, esta era a altura certa.

O meu texto, vá lá... E hei-de tomar uma porcaria qualquer para poder dormir.
Sem pesadelos

Tuesday, July 14, 2009

SAPATOS NOVOS E MEMÓRIA

Hoje tive de comprar uns sapatos novos. A talvértebra partida já estava muito mal naquelas chancas de todos os dias, que comprei com o meu neto Francisco na Páscoa de 2008.

Pois lá pedi uma boleia ao Manel e fomos até às Amoreiras.

Já estão nos pés os sapatos.

Não é que me lembrei do príncipio de um poema que li no primeiro ano da faculdade e que não sei quem é o autor.

Dizia o primeiro verso:

«Sapatos rotos,
que dirão de mim as pedras da calçada?»

Substituo «rotos» por «novos»
e tomo para mim o mesmo verso
a mesma pergunta

«que dirão de mim as pedras da calçada?»

Monday, July 06, 2009

TAMBÉM A REFORMA DÁ O SABOR DE RILKE


Inesperadamente,
ou não,
comecei a descobrir um outro Rilke.

E transcrevo, porque gosto tanto

«Senhor, mais pobres do que os pobres animais somos,
que com sua morte acabam, mesmo com cegueira,
porque todos nós ainda não morremos.
Dá-nos «aquela» que a ciência conhece
de atar a vida a uma latada inteira
à volta da qual Maio mais cedo comece.

«(...)
Com a eternidade tivemos relação
e quando chega a hora do parto, nasce sem sorte
o aborto da nossa morte;
curvo e aflito o embrião
cobriu as infimas pupilas com a mão
(como se algo horrível o horrorizasse)
e na fronte (...) apareceu
sobretudo o medo do que não sofreu,
e como jovem mulher que passou sem danos
por dores de parto e cesariana, nos fechamos.»

Tão perto do meu sentir.

E quase nunca o sei dizer.


Nota - Dei hoje este livro de Rilke ao Manel
Como há tantos anos ele me deu os seus poemas.
Benção...

Wednesday, July 01, 2009

ALGUNS ASPECTOS DE UMA REFORMA ... TEXTO I

Tenho a intenção de continuar este texto noutro dia,
mas hoje,
tão pouco conformada que estou,
aí vão «alguns aspectos de uma reforma»:

Não há horários
só os dos médicos (cada vez mais numerosos...)
Não há tempo,
porque há todo o tempo

a vida tem muitas faltas
palavras, aulas, pessoas,

tantas!

parti uma vértebra e agora isto já é uma osteoperose
não lembra
imensas recomendações para que eu não caia
não caia nunca

férias em Lisboa,
nada de viagens,

ai
hei-de continuar,

se eu fosse mesmo a mulher «forte» que gostava de ser e quero ser
havia de enfrentar cada perca
como um recomeço

Hoje dói-me.

E tento dar-me uma ordem:

Vá lá, Maria Teresa, não exageres.