Monday, May 30, 2011

FORA DE PRAZO

NÃO É UMA QUEIXA
É SÓ UMA CONSTATAÇÃO DO QUE NÃO ENTENDO

Talvez há vinte anos (talvez «mais» que «menos») eu tenha pela primeira vez tomado contacto com o mundo daquilo que está «dentro do prazo» ou «fora de prazo».

Como tenho quase setenta e um anos, até aqui estive sempre «dentro de prazo».
Por mim, continuo.
Só que, contrariada, comecei a ver o prazo dos iogurtes, do leite, dos sumos, dos pacotes de batatas fritas ...

É que em casa dos meus pais, dos meus sogros, dos meus avós, dos meus amigos, em Tibaldinho, na quinta, neste quintal pequenino cá de casa onde nascem e renascem os jarros plantados pelos inquilinos anteriores (há mais de 50 anos), em S.Pedro do Estoril em casa da Ni e do avô Leitão, «prazo» era palavra desconhecida.

O meu neto mais velho, simpaticamente procura que eu aceite que «os tempos são outros»

Serão talvez. Mas nunca aceitei nada sem perceber.


O «espaço» é outra complicação. «Não tenho espaço».

E estou a falar de tudo o que tem entrelaçada uma imensa ternura, um gesto realmente místico, trabalho feito com grande alegria e fora de horas. Quer dizer, tudo aquilo que não é descartável.

Deparo-me portanto com um mundo «vazio».
Mesmo vazio.

Ocupam espaço os afectos ou estão fora de prazo?
Onde estão as memórias, boas ou más? Não têm lugar ou estão fora de prazo?

E por aí fora...de tanta coisa se diz «fora de prazo»

ou «para aquilo não encontro espaço».

E das pessoas? Não há espaço ou ocupam o espaço que lhes é devido, o da vida?

Ou estão «fora de prazo»?

Sunday, May 08, 2011

ASSIM. SEM MAIS

À conta dos papéis do IRS, tenho que arrumar a secretária.

Encontrei um «papelzito de apontamento» que dizia «arrumar a secretária do Manel».

Assim

Sem mais