Sunday, April 29, 2007

ISTO É QUE SÃO OS TAIS CRAVOS?

No dia vinte e cinco de Abril, dois Marias (o Manuel e o António) vieram por cá. Grande brincadeiras no quintal.
À saída dei-lhes cravos, comprados em frente à praça de Campo de Ourique. E mandei um para o João. Se estas não forem as palavras exactas, ... vou tentar.
Ele perguntou aos pais «Isto é que são os tais cravos?»

É que há saltos enormes!
João Maria pede aos pais que te contem, melhor ainda, pede ao avô Tó. Ele sabe tudo

Tuesday, April 24, 2007

A NOITE, A MADRUGADA, O DIA

Na noite, sonho e lembro a madrugada.

Hoje, como há trinta e três anos.

Como todos os dias.

Credo de esperança.

Monday, April 23, 2007

FESTAS & FESTAS

Depois do anúncio da festa da Filipa, o meu blog ficou mudo, silenciado por inércias e tarefas.
Mas regresso.
Para festejar.

DA FILIPA
«Minha rica menina», pediu que dela disséssemos um defeito e uma qualidade.
E que contássemos uma história que a protagonizasse.
E eu com vontade de mandar calar os defeitos.
Oh Filipa, é que aquilo era uma festa, não era uma sessão de psicoterapia nem uma confissão.
E depois FOI E É A TUA FESTA. E tu a dizeres que «a partir de amanhã prometias emendar-te. Mesmo das vírgulas.»
Por favor, Filipa, corre. Corre a teu favor. Corre para o eléctrico 28. Ou para um outro qualquer. E agarra a vida. A TUA.
Feliz.

A FESTA DOS ANOS DA XEXÃO
Setenta.
A vida toda contada com afecto.
Em ramos de ternura.
Chamaste tudo e todos.
Os que já por cá estavam quando nasceste.
«Os», isto é, «as» do colégio.
Os da política.
Os da educação.
Os sobrinhos.
Etc… Etc…
Íamos desfilando. Tirámos fotografias.
Cada um acendeu uma vela. Que não se apagou.
Tivemos todos saudades.
E tivemos projectos.
Recomeçámos.
Fizemos a tua festa. E a nossa. Para continuar.
Desta forma sempre sonhada e nova, como cantou o Fanhais. Alcançamos assim Jerusalém.
A Ticha leu um poema do Tolentino «Os amigos».
Foi linda a tua festa.
É LINDA A TUA FESTA.

E A FESTA DO PAI
Na sexta-feira, dia vinte, teria feito anos o meu sogro (detesto esta maneira de dizer).
Num texto para a RR escrevi-lhe umas palavras que não são memória. São presença.
Aqui, quero lembrar-me dele sentado no sofá da sala. A ler. Não dizia nada. Ou quase nada.
A ternura do sorriso tornaram natural que qualquer uma de nós três (as noras), sem hesitações, sempre lhe tivéssemos chamado PAI.
E que hoje lhe chamemos PAI.
Ele poisa o livro devagar.
E olha-nos.

Friday, April 13, 2007

FILIPA PAIS DE SOUSA


Amanhã faz anos a Filipa. Vinte e oito.
Filha de uma colega minha e depois, grande amiga.
Conhecia a cachopa ainda adolescente, com um jeito simpático e rebelde. E com más notas a francês. A mãe, que «ela não gosta nada». E eu, « não pode ser. Vê lá se ela aparece lá em casa. Vai ser uma tourada, mas talvez…»
E foi assim.
Lá melhorámos.
No ano seguinte «se eu a ajudava em Literatura»
E era ver, perante cada autor e cada obra, uma jovem com uma das maiores qualidades que se pode ter: DAR LUTA PORQUE PENSA. As lições começavam sempre com frases como «não percebo nada», «não consigo» ou «não gosto »
E os olhos brilhantes. À espera da tal luta.

Julgo que a ela se deve a paixão que a Filipa ganhou pelas palavras, pela poesia, pelo teatro.
É vê-la no palco, genial, a dominar e a atrair uma sala cheia.

Recebi um e-mail «Vou fazer uma festa de anos para as mulheres da minha vida. E quero que esteja lá.»

Lá vou eu, Filipa. Surpreendida e feliz. Com quase quarenta anos a mais.
E ao pé de ti, imagina, não o sinto.
Tenho a mesma idade.
Entusiasmo-me. E apetece-me mesmo dizer «não gosto nada», «não percebo».
E falo-te da minha vida, de igual para igual.

Obrigada, Filipa pela festa dos teus anos e pela festa que tu és.
Obrigada por dares também um sopro de festa à minha vida. E a outras vidas.

PARABÉNS, FILIPA:
CONTINUA SEMPRE A FESTA.
A VIDA FICA TÃO MELHOR.

Thursday, April 12, 2007

O BERNARDO EM PARIS !

É assim, não dá para areditar. O Bernardo em Paris. Todo contente, claro. Só pode... A telefonar aos pais entusiasmado, a mandar mensagens delirantes.

E eu de avó. A não perceber mesmo este salto no tempo.
Então os casaquinhos, o xaile, as letras bordadas no primeiro bibe????
Bernardo?!

Coisas de avó!

E ele tão feliz, que bom!

Monday, April 09, 2007

SEMPRE A VIDA QUESTINADA

Porque gostei deste jeito de dizer o que insistentemente questionamos, transcrevo estas palavras do artigo de Anselmo Borges, padre e filósofo, no domingo de Páscoa no DN

«Quem não viveu na superfície das coisas,
quem perguntou até à raiz de tudo,
quem se exaltou com a beleza,
quem alguma vez teve um gesto absolutamente gratuito de amor,
quem se deixou surpreender pelo abismo infinito do olhar de alguém,
quem tentou descer até ao fundo sem fundo de si,
quem foi abalado pela exigência incondicionada do dever,
quem se deixou tocar por um tu que não se possui nem domina,
quem foi alguma vez avassaladoramente visitado pela pergunta inconstruível: "Porque há algo e não nada?", foi tangido pela fímbria da eternidade.

Onde e quando é a vida eterna? Aqui e agora, no Aberto.»