Monday, April 09, 2007

SEMPRE A VIDA QUESTINADA

Porque gostei deste jeito de dizer o que insistentemente questionamos, transcrevo estas palavras do artigo de Anselmo Borges, padre e filósofo, no domingo de Páscoa no DN

«Quem não viveu na superfície das coisas,
quem perguntou até à raiz de tudo,
quem se exaltou com a beleza,
quem alguma vez teve um gesto absolutamente gratuito de amor,
quem se deixou surpreender pelo abismo infinito do olhar de alguém,
quem tentou descer até ao fundo sem fundo de si,
quem foi abalado pela exigência incondicionada do dever,
quem se deixou tocar por um tu que não se possui nem domina,
quem foi alguma vez avassaladoramente visitado pela pergunta inconstruível: "Porque há algo e não nada?", foi tangido pela fímbria da eternidade.

Onde e quando é a vida eterna? Aqui e agora, no Aberto.»

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