Agora já transmitida na rr, posso deixar aqui a oração que rezei hoje a propósito da primeira comunhão do nosso neto Manueel.
Pode ser que as palavras digam também a ternura, a surpresa, a alegria.
Aqui vão:
« Jesus, quero falar-Te do meu neto Manuel que faz hoje a primeira comunhão.
Pensando bem, o que quero pedir-Te é que eu seja capaz de fazer da sua primeira comunhão, a minha primeira comunhão.
Não para ser igual à da fotografia que está ali no álbum antigo, naquela cara tímida, envergonhada, cabide de um vestido branco com folhos e laços.
Não essa, Senhor Jesus.
A minha comunhão-hoje como a primeira comunhão do Manuel.
A graça de um coração semelhante ao dos mais pequeninos.
Esses que dizem convictos que Tu és o seu melhor amigo e que querem fazer da sua vida uma vida que se pareça com a Tua, vida dada por amor.
Parece enorme a distância que me separa da tal fotografia.
Mas é só aparência.
Tropeços, dúvidas, gestos que Te negaram e a falta de fé que tantas vezes afirmei; tudo me conduziu ao dia de hoje.
Nesse dia primeiro, disse Ámen ao tomar o Teu corpo que passou a ser também o meu corpo.
Pois vamos lá, Manel, fazer do dia da tua primeira comunhão, o dia da comunhão da tua avó.»
Saturday, May 30, 2009
Thursday, May 28, 2009
NO PRÓXIMO DOMINGO, A FESTA DE PENTECOSTES
Recebi um mail com esta prece do Irmão Roger:
“Espírito Santo, mistério de uma presença, tu sopras sobre nós uma brisa ligeira, frescura da alma.
E aparece o inesperado: retomamos o caminho da dúvida para a caridade do teu rosto”.
“Espírito Santo, mistério de uma presença, tu sopras sobre nós uma brisa ligeira, frescura da alma.
E aparece o inesperado: retomamos o caminho da dúvida para a caridade do teu rosto”.
Wednesday, May 27, 2009
AUSÊNCIA DE PALAVRAS
Não, o meu blog não morreu.
Eu também não.
Às vezes estes espaços parecem «exigir» que se diga a coragem, a vida sempre enfrentada de pé, assim como « Aqui ao leme sou mais do que eu...»
Como não é sempre assim, acontecem «estas brancas».
Por hoje, quero deixar uma grande indignação pela comunicação social a que estamos sujeitos. Ou presos. Ou escravos.
Acabo então por desligar todos os canias.
E ler, que é um acto de escolha livre. Um acto meu.
Ou fazer as tais pegas. Acabar os casaquinhos para O Tiago Lousa que nasceu. E louvar de alegria.
Ainda - imaginem - não enfrentei a papelada do IRS. Tem que ser. E vai ser.
Não me enrede eu em «não sei quê».
Ou não volte a cair de costas, a saltar os degraus de pedra que esqueci e, graças a Deus, mesmo graças a Deus, não parti nada. A zona lombar doida de dores. Gritos a noite toda. Hoje ligeiramente melhor.
De novo aqui.
Ao leme.
Com ganas de ser «mais do que eu».
E nas mãos, ao leme, a VIDA.
Eu também não.
Às vezes estes espaços parecem «exigir» que se diga a coragem, a vida sempre enfrentada de pé, assim como « Aqui ao leme sou mais do que eu...»
Como não é sempre assim, acontecem «estas brancas».
Por hoje, quero deixar uma grande indignação pela comunicação social a que estamos sujeitos. Ou presos. Ou escravos.
Acabo então por desligar todos os canias.
E ler, que é um acto de escolha livre. Um acto meu.
Ou fazer as tais pegas. Acabar os casaquinhos para O Tiago Lousa que nasceu. E louvar de alegria.
Ainda - imaginem - não enfrentei a papelada do IRS. Tem que ser. E vai ser.
Não me enrede eu em «não sei quê».
Ou não volte a cair de costas, a saltar os degraus de pedra que esqueci e, graças a Deus, mesmo graças a Deus, não parti nada. A zona lombar doida de dores. Gritos a noite toda. Hoje ligeiramente melhor.
De novo aqui.
Ao leme.
Com ganas de ser «mais do que eu».
E nas mãos, ao leme, a VIDA.
Monday, May 04, 2009
FAZER CROCHÉ ENQUANTO ESPERO
A fila para o balcão do Montepio era um bocado grande.
Ocupei civilizadamente o meu lugar, ao fundo.
Percebi que ia esperar uns quinze minutos.
Peguei no meu croché e continuei um trabalhito que faço assim, sempre que espero o que quer que seja.
Um a senhora (acho que não devia ser bem uma senhora) disse altíssimo:
-Agora as filas já servem para fazer croché.
Tive uma vontade de desatinar!
Há tantos gestos que não estão na moda. E eu quero lá saber!
Ocupei civilizadamente o meu lugar, ao fundo.
Percebi que ia esperar uns quinze minutos.
Peguei no meu croché e continuei um trabalhito que faço assim, sempre que espero o que quer que seja.
Um a senhora (acho que não devia ser bem uma senhora) disse altíssimo:
-Agora as filas já servem para fazer croché.
Tive uma vontade de desatinar!
Há tantos gestos que não estão na moda. E eu quero lá saber!
Sunday, May 03, 2009
PARA OS MEUS FILHOS NO DIA DA MÃE
Peço aos meus filhos
que esqueçam o quanto sou desarrumada
os cozinhados sem jeito, as sopas queimadas, os bifes de cavalo e de coração,
a chatinha das contas e dos orçamentos apertados,
o precipício das palavras,
o feitio mais difícil aos sábados de manhã,
etc
etc
etc
etc
Lembrem antes a alegria de ser mãe de dois filhos absolutamente únicos,
repito,
dois filhos absolutamente únicos
E esta procura que há-de ser a vida toda de melhorar a performance já que não há manuais para mães e não sabemos mesmo nada quando vocês nascem
nem porque é que choram quando acabaram de mamar e têm a fralda mudada
e não queremos acreditar nas nossas mães que sempre souberam mais qualquer coisa, muito mais mesmo, mas são as nossas mães e sempre temos que as contrariar, porque parece-nos «que nós é que sabemos»
Lembrem a confusão e a alegria das vossas festas de anos
o entusiasmo dos presentes de Natal
as viagens intermináveis para Tibaldinho com os vossos amigos, histórias e cantigas
O como peguei ao colo em cada um para vos mostrar o mar, lembro-me bem!
e procurei que não tivessem medo e aconcheguei-vos ao peito para que não tremessem nem tivessem frio
E vocês nasceram para a vossa vida
cresceram
têm alegrias
e também sofrimentos.
Muitos.
Aí dói de que maneira e chego a dizer «que não é assim tão complicado»
e dói-me ainda mais
Coisas de mãe.
Nunca ninguém nos disse nem vos disse que a vida é fácil.
Mas vale muito e é boa, porque é VIDA.
Às mães gostavam de o dizer, mas não podem. E têm tanta pena.
Este texto é para os meus filhos, que são a maior benção da minha vida.
Por eles,
fiz muitas sopas,
muitas compras
talvez canseiras,
li pouco ou menos do que tinha querido
escrevi pouco
mas sei que é por eles que também eu continuo a obra da criação.
E pela vida dos meus filhos toco a eternidade.
E agora deixo este texto de Gibran em jeito de partilha.
Diz assim:
Dos Filhos
E uma mulher que carregava o filho nos braços disse ao profeta: “Fala-nos dos filhos.”
E ele disse:
Vossos filhos não são vossos filhos.
São filhos e filhas da vida .
Vêm através de vós, mas não de vós.
E, embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis dar-lhes o vosso amor, mas não os vossos pensamentos,
Pois eles têm os seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar os seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois o arco dos quais vossos filhos, quais setas vivas, são arremessados.
O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e dá-vos a Sua força para que as suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que o vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja a vossa alegria:
Pois assim como Ele ama a flecha que voa, ama também o arco, que permanece estável.
que esqueçam o quanto sou desarrumada
os cozinhados sem jeito, as sopas queimadas, os bifes de cavalo e de coração,
a chatinha das contas e dos orçamentos apertados,
o precipício das palavras,
o feitio mais difícil aos sábados de manhã,
etc
etc
etc
etc
Lembrem antes a alegria de ser mãe de dois filhos absolutamente únicos,
repito,
dois filhos absolutamente únicos
E esta procura que há-de ser a vida toda de melhorar a performance já que não há manuais para mães e não sabemos mesmo nada quando vocês nascem
nem porque é que choram quando acabaram de mamar e têm a fralda mudada
e não queremos acreditar nas nossas mães que sempre souberam mais qualquer coisa, muito mais mesmo, mas são as nossas mães e sempre temos que as contrariar, porque parece-nos «que nós é que sabemos»
Lembrem a confusão e a alegria das vossas festas de anos
o entusiasmo dos presentes de Natal
as viagens intermináveis para Tibaldinho com os vossos amigos, histórias e cantigas
O como peguei ao colo em cada um para vos mostrar o mar, lembro-me bem!
e procurei que não tivessem medo e aconcheguei-vos ao peito para que não tremessem nem tivessem frio
E vocês nasceram para a vossa vida
cresceram
têm alegrias
e também sofrimentos.
Muitos.
Aí dói de que maneira e chego a dizer «que não é assim tão complicado»
e dói-me ainda mais
Coisas de mãe.
Nunca ninguém nos disse nem vos disse que a vida é fácil.
Mas vale muito e é boa, porque é VIDA.
Às mães gostavam de o dizer, mas não podem. E têm tanta pena.
Este texto é para os meus filhos, que são a maior benção da minha vida.
Por eles,
fiz muitas sopas,
muitas compras
talvez canseiras,
li pouco ou menos do que tinha querido
escrevi pouco
mas sei que é por eles que também eu continuo a obra da criação.
E pela vida dos meus filhos toco a eternidade.
E agora deixo este texto de Gibran em jeito de partilha.
Diz assim:
Dos Filhos
E uma mulher que carregava o filho nos braços disse ao profeta: “Fala-nos dos filhos.”
E ele disse:
Vossos filhos não são vossos filhos.
São filhos e filhas da vida .
Vêm através de vós, mas não de vós.
E, embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis dar-lhes o vosso amor, mas não os vossos pensamentos,
Pois eles têm os seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar os seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois o arco dos quais vossos filhos, quais setas vivas, são arremessados.
O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e dá-vos a Sua força para que as suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que o vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja a vossa alegria:
Pois assim como Ele ama a flecha que voa, ama também o arco, que permanece estável.
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