Sunday, December 31, 2006

FOI ENFORCADO SADAM HUSSEIM

Pois, dói-me muito.
Assim a virar para 2007.
Gostava que não fosse verdade uma tal solução, gostava de dizer não a «esta humanidade».
E pertenço-lhe.

Esforço-me por acreditar. e por dizer e reinventar a ESPERANÇA.

Quando era muito pequena julgava que não ia já viver no ano 2000. Tão longe!!!
E acreditava, acreditava mesmo que toda e qualquer guerra ia obviamente acabar.

Quero de volta esse acreditar.

Para todos, um 2007 com muita ESPERANÇA, que nos salva os nossos dias.
Mãos juntas. Gestos de amor, pequeninos, sem notícia talvez. Gestos sempre criadores.

Thursday, December 28, 2006

PORQUE AMANHÃ SÃO 44


Porque nascemos em cada um dos dias
e em cada um dos gestos.
Porque nascemos nas palavras que dizemos
e também nos silêncios.
Porque nascemos sempre.
Nascemos
Renascemos

E cada um dos dias é uma manhã, uma promessa, uma certeza.
Cada um dos nossos dias segreda e canta a certeza de ser SEMPRE

Friday, December 15, 2006

PELAS PALAVRAS DE DAVID MOURÃO FERREIRA

Entremos, apressados, friorentos,
num gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio,
no prédio que amanhã for demolido...

Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos, e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...

Entremos, despojados, mas entremos.
Das mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.

Monday, December 11, 2006

SIDÓNIO PAIS FOI BOM TER-LHE BEIJADO AS MÃOS

Ontem fomos à missa de sétimo dia do Sidónio.
Julgo que sabem melhor quem era o Sidónio se eu escrever aqui que ele era o pai do Bernardo Sassetti e de mais sete filhos, julgo.
Dos talentos do Sidónio, não sei falar.
Dele guardo para sempre o sorriso acolhedor.
E a serenidade.
Quando morreu a sua neta, a Rita Wemans, eu encontrei-me sem palavras. Ali diante de um senhor que sorria e me agradecia.
Beijei-lhe as mãos. As dele e as da Lourdinhas.
Ontem naquela missa de sétimo dia, pairava a serenidade do Sidónio.

E eu, serena também, agradecida por aquele impulso que um dia me fez beijar-lhe as mãos.

Saturday, December 09, 2006

SOL

Volta o sol.
Ainda que «os bocadinhos»
Não gosto de quebras. Não gosto de me vergar a esta vontade de às vezes, tantas vezes «ficar», porque «no maple da sala está-se bem». Geralmente a deixarmo-nos morrer em frente da televisão por demais alienante.
Eu precio do meu bairro.
Do mercado.
Dos cafés.
Dos encontros. Da vida que se ouve. Da vida que se diz.

Vá lá, Maria Teresa, uma volta no bairro dá mesmo vida à vida.

Bom dia para todos.
Com este sol, «aos bocadinhos».

Wednesday, December 06, 2006

PALAVRAS

Eu a fazer uma tradução há tantos dias...
Eu a saber «que não é isso que está no texto»
E «o que está no texto, não é bom Português»
«e que não passa a ideia».
Eu às voltas com palavras, palavras, sentido que não é ...
E o Manel a dar uma ajuda, e os dois já quase a discutirmos, antes assim, não vês...
Palavras...
E a noite a avançar num prazer imenso.
O serão dos dias todos da vida.
As palavras, procuradas, «arrancadas»
Como as malhas que toda a vida tenho vindo a tecer.
Com gosto.

Palavras que não encontro.
E de repente, encontro.
As palavras
Como as malhas
Como aquela estrela em Tibaldinho, apontada pelos dedos do meu pai. E eu a tanto custo a procurar ver. Até que por fim, a via.

Vou voltar ao tal texto, tentando
E sabendo,
desta vez sabendo,
que não é nunca possível traduzir palavras.

Sunday, December 03, 2006

UM PEDIDO IMPORTANTE AO JOÃO MARIA

Olha, João Maria, hoje, no dia da tua primeira comunhão, tenho um pedido para te fazer. Um pedido importante.
Vê lá se dás uma ajudinha à tua avó Teté, que gosta muito da vida, mas é tão rezingona.
Talvez não tenhas dado muito por isso. As avós escondem estas coisas dos netos. Mas o avô Manel sabe-o muito bem e o teu pai e a tia Maria e uma data de gente. E sei eu. E é tão chata, João, esta rezinguice.
Tu tens esse sorriso fantástico. Que ri todo. E diz a alegria. E sabes dar aquele beijo «gordo» para as minhas noites.
João Maria, fica assim a tua vida toda.
E ensina-me, ensina-nos a todos a aprender contigo.