Monday, June 02, 2008

A ZARAGATOA

Até fui ao dicionário ver se existia esta palavra. Existe e diz «pequena esponja na ponta de um pauzinho para aplicar medicamentos na garganta».
Pois para mim, é a cura das anginas, das placas brancas que tenho tido a vida toda.
Para mim, é Tibaldinho. Eu regaladinha na cama a ler a condessa de Ségur, depois a Brigitte, depois Eça.
E sempre o meu pai. Mãozinha certeira. A zaragatoa que sempre me curou.
Estou outra vez, mais uma vez, com anginas. O Centro de Saúde. Um antibiótico fortíssimo. E eu, de rastos.

Faz-me falta a zaragatoa.
E passados estes anos todos espanto-me com essa mão certeira do meu pai, a quem nunca vi fazer o que quer que fosse em casa. O meu pai até pedia que lhe trouxessem um copo de água... Mas ia certinha a ponta do pauzinho aos pontos brancos da minha garganta.
Admirei sempre o meu pai por muitas coisas. Muitas mesmo. Também por essa milagrosa zaragatoa.

NB - Para as gerações de hoje, não façam isso aos cachopos, OK?

No comments: