Thursday, June 26, 2008

PARABÉNS, ANA




Não só
porque és a mulher do meu filho André
não só porque és a mãe dos Marias
nem a minha «nora» (mesmo quando eu digo que ela é muito querida, «nora» não é nome que se dê a ninguém, é antes um conjunto de vasos que tira a água do poço na quinta do meu avô).

Parabéns Ana,
porque és a menina que o André nos trouxe e com a Maria, ficámos logo com duas,
porque gostas de cerejas,
porque gostas de rir,
porque falas muito alto (sabe toda a gente que «nada comparado comigo»... não tem importância nenhuma e até é giro)
porque estavas lá quando eu acordei daquela operação mais complicada, lembras-te Vai comer, sim senhora, que sou eu que lhe vou dar. E ficaste ali,
porque tens muitos amigos de quem gostas tanto,
porque te deixaste encantar com os bordados que a avó Alice fez para o André, quero dizer, para vocês,
porque pões na mesa a toalha de linho já tão desfiadinha numa ponta e que vem sei lá donde,
porque sofres com a dor dos outros,
porque choras
e também te alegras
porque és mesmo minha amiga e esqueces que eu sou a sogra (outro nome horrível!) e que acho sempre que o meu menino é o máximo, embora sabendo que não sou eu que vivo com ele, nem com os peixes dele, nem com o trabalho dele, nem ...

porque no inesperadamente bom e mau de que se faz a vida,
tu sabes ser feliz.
Este texto, bem sabes, está tão incompleto. Como tudo na vida. E há que aceitar esta incapacidade de alguma vez dizer ou fazer tudo. «Senão nem saberíamos morrer» . E nem saberíamos viver...

Parabéns, Ana.
( e parece consensual que quarenta é uma idade de excelência. Para mim foi)

No comments: