Monday, February 18, 2008

PALAVRAS

Elas dizem a vida
São sagradas
E no entanto vão mudando de sentido.

Hoje, ao chegar a casa o Manel informou-me que a Maria telefonou e disse...
Eu, com este vellho e tolo hábito de atrapalhar quem fala O menino ... referindo-me a um dos meus netos.
Não, insistia o Manel, tentando dizer-me o que queria, a Maria foi ao oftalmologista ...
Este atropelo lembrou-me outras conversas, tão espaçadas no tempo... Conversas que em si narram uma história.
Antes de nascer a nossa primeira filha, a menina era eu.
Quando ela nasceu, surpresa, o meu pai tocou bem cedo à campainha e perguntou à empregada se a menina estava bem e se a senhora estava em casa.
Menina, a nossa Maria! E eu, senhora.
Hoje, meninos, meninos são os meus netos, mesmo que na bendita escada que vai dos três anos aos dezassete, eu me refira ao Bernardo, o mais velho.
Meninos...
Em Tibaldinho, continuo a ser a menina, o que dá para entender que Tibaldinho é um berço.

As palavras são mesmo sagradas e dão tanto, mas tanto que pensar.
E que sentir.

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