Thursday, August 29, 2013

PUDÉSSEMOS NÓS INVERTER A CORRENTE

Ontem recebi um mail que dizia "O dia que Albert Einstein tanto temia chegou". A seguir seis imagens com situações várias em que cada pessoa tinha um telemóvel e, ainda que rodeada de outras pessoas ou de paisagens, só o telemóvel era o seu comunicador. Fala-se com o telemóvel, ainda que ao lado esteja o amigo, o namorado, quem quer que seja, ou se esteja à mesa, na praia, num museu! Sim, chegou o dia. O mail enviava também o texto de Eintein "Tenho medo do dia em que a tecnologia se vai sobrepor à interação humana. O mundo terá uma geração de idiotas." Sei o que é a dependência do telemóvel. Faço uma ligação, envio um SMS, trago-o na carteira. Se o esqueço em qualquer lado, fico inquieta. Realmente ...que cadeias prendem a vida! Estou em Tibaldinho, a aldeia da vida toda. Sempre escrevi postais. É um impulso quase obsessivo ou mesmo obsessivo. Dantes algumas senhoras de Campo de Ourique, quando eu voltava de férias, diziam-me "Sabe, tenho os seus postais numa gaveta com uma fitinha."Isto era muito bom. Agora ainda escrevo alguns. Poucos. Vou a Mangualde ou a Viseu, entro no Museu de Grão Vasco ou numa papelaria, pergunto por postais, é quase estranho. Espero. E lá aparecem alguns. Neste pequeno gesto, julgo que rumo contra a maré. Com palavras escritas p'lo meu punho, um postal procurado, um sêlo que é preciso comprar. Tempo. De ser pessoa. Para outra pessoa. E acho que vale.

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