Thursday, August 15, 2013

ESPLANADAS SEM ABRIGO

Vou muitas vezes a uma esplanada. Obrigo-me com gosto a estar numa esplanada. É-me mais fácil ler, escrever. Vivo também e respiro de ler e de escrever. Numa esplanada só sou interrompida se quiser ou se deixar. Posso "fazer o meu horário" (sempre a Escola ... ). Às vezes, muitas vezes, interrompo tudo para trocar palavras. E oiço vidas. Narro a vida. Trocamos um sorriso. Um endereço de mail. E cada vez mais amiúde decido p'lo silêncio. É então que procuro esse jeito difícil de ver para lá de todas as imagens, de ouvir para lá de todas as palavras, de todos os gritos. De todos os silêncios. E vai-me parecendo que tantos de nós, homens e mulheres ali na esplanada, me parecem homens e mulheres sem-abrigo. Ou não será que não somos todos sem-abrigo? Sim, sem-abrigo. A condição humana. Assim

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