Sunday, February 01, 2009

PATRIMÓNIO

O melhor património, Mãe, (e já o tenho aqui dito) foi essa coragem,
Esse viver a vida de frente e de pé
Sem queixas.

Ontem, quando soube do problema do André e vi o Manel «voar» para o hospital, achei que talvez fosse melhor dar-me um tempo para me encontrar e me «reconstruir».
Pedi ao Manel «Dá-me notícias, que eu vou andar». Eu bem sabia que tinha medo duma lágrima, dum vacilar qualquer. Andei pelo bairro.

Mas falava forte a tal coragem da minha mãe. Ela havia de me ter dito. «Que disparate, Teresinha. Vais e vais já. E nem uma lágrima.»
Também a minha cunhada Gaby quando da primeira operação do Manel me falou assim. «Vai. Aguenta-te».
E o que eu lhes agradeço.

Afinal é com surpresa que reconhecemos que guardamos em nós um tesouro de coragem. E isso é vida. Vida sempre.

À tarde fui.
Que bom foi ouvir o André perguntar ao pai «E a Teté?»
E eu estava lá.

Esta postagem é qualquer coisa entre uma prece e uma acção de graças.
É mesmo.

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