Wednesday, August 01, 2007

OS BERLINDES


Jantámos ontem com os manos M e J, o que foi bem bom. Mas insistiram em nos pagarem o jantar. E nós deixámos. «Que desta vez era assim. Uma vez uns, outra vez outros...».
Mas foi por causa deste «uma vez uns, outra vez outros» que me lembrei dos berlindes.
Quando namorávamos (pré-história, claro... ), dávamos um ao outro um presentinho. Todos os meses. No dia em que tínhamos começado esse namoro
Tudo muito bem. Até que o valor dos presentes começava a subir. E não parava.
Um dia o Manel resolveu isto de vez. Trouxe-me embrulhado na mão um berlinde dos maiores. Cheio de côr.

Os berlindes passaram a dizer a nossa vida.
Quando fiz sessenta anos (há quase sete, imaginem...) ofereci uma dessas bolinhas a cada amigo e juntei-lhe as palavras de António Gedeão «... e sempre que um homem sonha o mundo pula e avança, como bola colorida ...»
Meses depois o Manel fez anos. Vieram os netos.E o Francisco chegou de Évora com um berlinde como presente para o avô.

Os berliindes dizem assim a nossa vida. E esta vontade de sonhar. Até ao fim.

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