Saturday, August 25, 2007

EDUARDO


Vais fazer-me muita falta. Vais fazer-nos muita falta.
Desde aquele teu artigo na Página Juvenil do Diário de Lisboa. Não me lembro quando, julgo que ainda não era aluna do teu pai. Ou era? Quando se é novo, quatro anos é muito....
Agora, hoje, no dia da tua morte, voltaste a ser «tão mais novo do que eu».
Fica esse teu sorriso.
Faltam-nos as palavras. Exactas. E leves. Procuradas sílaba a sílaba. As tuas palavras.

Lembro-me dessa tua crónica que recebi anexada a um mail. É um texto lúcido e cheio de dor. O teu país, Eduardo.
E volto a transcrever-te.
«Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito. Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros. Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é "muito chato ter que ler") e não há consciência, nem memória política, nem histórica, nem económica»

A ver se ao menos o teu país, este país que hoje deixaste, te lembra.
Sempre.

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