Sunday, February 25, 2007

DESABAFOS A PROPÓSITO DE «O GRANDE SILÊNCIO

Fomos ver «O grande silêncio». Tal qual esperávamos.
Tivemos saudades deste silêncio que por dentro nos povoa.
Tivemos saudades duns tempos de retiro, bons para nós, e que faziam felizes a Maria e o André com a casa toda enfim por sua conta.
E tivemos saudades do Mário. Amigo único. Monge eremita,
na cidade, numa capela ao pé da Sé, onde quando alguém entrava, estava sempre em primeiro lugar. Parava tudo. Mesmo as missas . E quem chegava, era acolhido de forma única.
Quando o Bernardo nasceu e a Maria e o Paulo o levaram lá, ele fez uma festa enorme. O Mário tocou os sinos. Tocou-os durante muito tempo. Tocou-os de forma que se ouvissem muito. Na cidade.
Quando a minha mãe morreu o Mário, de hábito branco, apareceu na basílica da Estrela para me dizer «Teresa, canta Aleluia». Talvez eu ainda hoje não tenha percebido. Mas o Mário afirmou o mistério. E eu não me esqueço.

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