Wednesday, April 05, 2006

VICTOR MELO BARRETO, PRIMO-IRMÃO

Telefonaste «É o teu primo.»
E a gente a só se ver nos enterros e nos casamentos.
Tentei outro nome de um primo do Manuel.
E tu «Tens outro primo sem ser eu?»
Lá vieste direitinho à memória e ao coração
O querido sobrinho do meu pai.
O «careca» do hóquei no CACO.
O companheiro de todas as caminhadas. Das mais difíceis e das outras. De todas.
Que vais fazer quase setenta anos.E queres festejar. Com amigos. Com a família pequena que temos.
Agendado Víctor. Contentíssima.
Festejar a vida.
Enquanto estamos vivos.
Sempre ao teu lado, sempre.
Lembras-te , na morte do teu pai? Na morte dos meus pais?
E depois a festa dos meus sessenta anos?
E este«feitiozinho Melo Barreto», que temos os dois... chato para nós, chato para os outros. Defeito de fabrico, reconhecido humildemente.
Lá estarei.
Vou levar aquele horrível bibe de folhos que a minha mãe me punha. Com o bolso cheio de rebuçados de mentol.
Emprestas-me as tuas botas patins. Não caio. Não caio mesmo.
Lá estarei, Víctor Melo Barreto.
Querido. Único primo.
Irmão.

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