Thursday, April 06, 2006

MÃE

Para lhe dizer, mãe, que hoje vi outra vez a sua letra.
Numa receita de pudim flan para eu fazer ao Manel. (lembra-se aquele segredo que só me deu a mim «depois pões uma colher de café de maizena, um quase nada, para que não se desmanche tudo»).
Guardo aquele papelinho. E o segredo.
Guardo.
É pena mesmo que a gente só diz a ternura assim, tanto tempo depois.
Mas é bom encontrá-la.
E é bom dizê-la.
Ainda que nos pareça tão tarde. Ou mesmo inútil.
Mas não é.
A vida torna-se enfim serena.
E ficamos bem mais perto do que é esssencial. A ternura.

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