Wednesday, November 23, 2005

OS DEDITOS DOS MEUS NETOS

Vou subir a um escadotezito e tirar de lá de cima o presépio enorme.
Veio da infância do Manuel e do António.
Todos os anos lhe acrescentamos qualquer coisa.
Dantes íamos aos Armazéns do Chiado.
Naquele fantástico eléctrico 28, que ainda existe e ainda para lá vai.
Comprávamos mais uma ponte. Mais um moinho com velas. E imensos carneiros. De todos os tamanhos.
E a festa continuava a comermos fantásticas torradas lá nos Armazéns.

Hoje, volto a comprar mais umas peças no mercado de Campo de Ourique.

E não há quem não goste do presépio.
Eu sem jeito nenhum e o Manel sempre a inventar como pôr mais umas luzes ou aquele espelho a parecer um rio.

O melhor de tudo são os olhos dos meus netos.
Como eram os dos meus filhos.
E os deditos dos mais pequenos.
A apontar.

Eles sabem a esperança.

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