Saturday, May 04, 2013

CAMILO PESSANHA, em véspera do Dia da Mãe são estas as palavras que aqui quero deixar

"Quem poluiu, quem rasgou os meus lençóis de linho/onde esperei morrer, - meus tão castos lençóis-?/Do meu jardim exíguo os altos girassóis quem foi que os arrancou e lançou no caminho?/Quem quebrou (que furor cruel e simiesco!)/ A mesa de eu cear, tábua tosca de pinho?/ E me espalhou a lenha? E me entornou o vinho?/ - da minha vinha o vinho acidulado e fresco.../ Oh minha pobre mãe!...Não te ergas mais da cova./ Olha a noite, olha o vento. Em ruína a casa nova .../ Dos meus ossos o lume a extinguir-se breve./ Não venhas mais ao lar. Não vagabundes mais./ Alma da minha mãe ...Não andes mais à neve/ de noite a mendigar às portas dos "casais"."

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