Friday, October 19, 2012

MANUEL ANTÓNIO PINA

Só para o escrever com palavras suas, um poema escolhido ao acaso AS COISAS Há em todas as coisas uma mais-que-coisa fitando-nos como se dissesse: «Sou eu», algo que já lá não está ou se perdeu antes da coisa, e essa perda é que é a coisa. Em certa tardes altas, absolutas, quando o mundo por fim nos recebe como se também nós fôssemos mundo, a nossa própria ausência é uma coisa. Então acorda a casa e os livros iamginam-nos do tamanho da sua solidão. Também nós tivemos um nome mas, se alguma vez o ouvimos, não o reconhecemos.

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