Friday, August 22, 2008

DE VOLTA...

Em Tibaldinho há mais de uma semana.
Nem agradeci aqui os parabéns pelos anos. Escrevo agora a gratidão. E a alegria. Em 8 do 8 de 2008. 68 anos!
Bem-haja a cada um (na Beira não dizemos «obrigada» nem «obrigado»).

Não tem sido fácil o meu acesso à Net (o Manuel continua a trabalhar, vá lá... Concordo que pelo menos a cabeça resiste melhor).
Então, com pouco tempo (um nadinha enquanto ele faz uma sesta), lembrei-me que há cerca de um ano comecei a escrever sobre esta casa. Procurei o texto e aqui vai, porque as palavras desajeitadas estão envoltas em ternura e na nossa vida toda. Diz assim:

A CASA

A casa tem p’raí cem anos.
Não é de pedra como as casas da Beira.
É uma casa de emigrantes que vieram do Brasil, princípio do séc XX.
Sempre que voltamos quando o carro faz a última curva e a vimos ali, inteirinha e tudo, é um alívio.
«Ainda não caiu».
Lá está ela. Sempre de pé. A precisar de obras de fachada, com os portões numa desgraça, estragados e feios. Ainda abrem e fecham, mas às vezes precisam de uma trave para os aguentar.

A casa …

ESTE ANO

A casa continua a aguentar-se.
Já tem os portões todos novos, mas nenhum é de madeira. Sinais dos tempos...
A Maria e o Paulo pintaram a porta de cima.
Encomendámos outra porta para a cozinha.
As cadeiras tão antigas, de palhinha, cada ano mais esburacada pelos dedos dos meus netos, já estão arranjadinhas. E LINDAS MESMO.

Mas faltam sempre tantas coisas, tantas.

Pensando bem as casas parecem-se com a vida.
Julgamos que são fundo perdido.

E este é seguramente o maior legado.
Aquilo de que ninguém se vai esquecer.

E nem tenho uma fotografiazita... A ver se o Manel dá uma ajuda.

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