Friday, July 25, 2008

UM DIA DESTES

Navegando ao acaso, aí pela Net, encontrei de Raúl Brandão:

«Um dia destes temos de nos separar, e é natural que seja eu, que sou mais velho, o primeiro a partir... Antes porém, quero dizer-te que te devo o melhor da vida. Foste tu que me desvendaste o amor, que eu desconhecia. A bondade e a ternura, que eu desconhecia. Não exerci talvez nenhuma influência na tua alma – tu apaziguaste-me. O amor era em mim um simples impulso: criaste-o, e pouco a pouco essa força nas tuas mãos se transformou em sentimento religioso.Olha para os meus cabelos todos brancos... Julgava que o amor ia diminuindo com o tempo – e o meu amor não cessa de aumentar até à morte e para além da morte.»

E transcrevo-o, porque, sei por mim, sei por nós que nada conta senão «o amor que não cessa de aumentar até à morte e para além da morte.»

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