Wednesday, October 24, 2007

DO MEU BAIRRO, CAMPO DE OURIQUE

Acontecem-me todos os dias encontros fantásticos.

Hoje, ao fim da tarde entrei numa «leitaria» em frente da Machado de Castro.
Meia torrada e um garotinho.
Sente-se aqui, tem um lugar.

Não hesito em aceitar aquela mesa com duas senhoras ainda com mais idade do que eu. Queques e copos de leite.
Mora por aqui?
Moro. E já tive uma leitaria no largo da Páscoa.
Uma leitaria no largo da Páscoa? Há muitos anos ia lá comprar leite.
Pronto. Estava feito o clique.
Nós não, nós não somos daqui. Somos da Beira Alta. De Viseu.
E eu, logo a casa de Tibaldinho.
Nascemos na rua Direita. Conhece a rua Direita?
Tão bem, tão bonita. Vai dar à Sé.
Está muito diferente Viseu. Não vamos lá há muito tempo. Mas tudo muda.
E eu que não. Que ali no centro, Viseu está na mesma.
Então gosta de Viseu?

E eu gosto de tudo. E nem sei se Viseu mudou ou não. Também não sei há quanto tempo conhecia aqueles rostos. E as palavras. E os lugares.

Bendita torrada e bendito garotinho.
Bendito fim de tarde.
E esta linha única de que se faz a vida.

Ali, naquela leitaria do meu bairro.

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