Antes que todas as tarefas me atropelem o dia
antes de terminar (?) palavras que hão-de dizer a dor da morte do Tomaz,
enquanto apenas velo o sono doloroso do Manuel,
assalta-me a vontade de transcrever os versos de O'Neil,
cuja morte também dói.
Antes de tudo
Aí vão:
OS VELHOS
«Velhinhas de gargantilha
visitam o neto, a filha,
levam bombons de creme
ou palitos de la reine.
(...)
Um velho tira dos dedos
profecias e enredos.
Outros fazem esgares,
têm poses e vagares.
E a velha que se desleixa
e morre sem uma queixa?
Venha a cidade ajudar a abotoar o casaco
que não faz nada demais.
Velhos, meus queridos velhos,
saltem-me para os joelhos.»
Que fiquem para a dureza dos dias
acutilantes como O'Neil
tão cheias de ternura como O'Neil.
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