Fomos ao Chiado comprar café.
Lá consegui fazer o Manel acreditar que o 28 é fantástico e rápido e é que foi mesmo.
Ao pé da igreja dos Mártires,uma rapariga, um rosto e um sorriso.
Depois as duas perguntas.
E o sorriso.
Numa mão algumas folhas com poemas.
Eu «Você está aqui a dar-nos poesias?»
»Eu não dou poesias. Vendo»
E o sorriso
«Para não pedir»
Comprei com um nó na garganta.
«Deixe-me dar-lhe um beijo. Não se compra a poesia»
E ela «A senhora cheira muito bem.»
E quando o Manel acendeu uma cigarrilha «Posso pedir~lhe uma? »
Por causa do café,
Por causa do Chiado que nos é tão caro e tão familiar.
Até ao fim dos meus dias, este rosto, este sorriso, estas perguntas.
E as poesias em duas folhas A4 dobradas na mala.
Talvez eu lhe tenha suscitado a memória de um tempo dos afectos! « A senhora cheira tão bem!
Que esta noite a envolva um tudo nada de ternura.
E em todas as noites.
E que o meu tempo seja sempre o tempo de parar.
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