Ontem, véspera do Dia da Criança, andei por aí à procura de um coisa de nada para cada um dos meus netos. Género um berlinde, uma gaita de beiços, uma bola de cor, qualquer coisa mesmo só para brincar... E nisto os meus olhos dão com uma pandeireta.
Veio a tal memória.
Foi assim em vésperas de Natal:
- Vá lá, Teresinha, pede ao Menino Jesus o que queres ter.
- Então, Mãe, saia daqui.
(eu teria uns quatro anos)
E saíu.
Mas havia uma porta que dava para a saleta ao lado.
- Então Teresinha, não pedes?
- Mãe já pedi. O Menino Jesus não precisa que eu fale alto. Eu já lhe disse. Baixinho.
Não sei imaginar o desespêro da minha mãe.
Dois ou três dias depois, foi dia de Natal.
Entro na cozinha (os presentes vinham na chaminé):
-Mãe, não tive a pandeireta!
Pobre Mãe.
Depois não houve mais Natal em que não recebesse sempre uma pandeireta.
Mas aquela primeira... Mãe!
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