Monday, February 04, 2013
APONTAMENTO
Ontem a dor no sobressalto de um gesto.
É que quando à noite entramos na casa de Tibaldinho, tiramos para dentro as chaves que penduramos naquele fecho do vidro.
Há quanto tempo?
Há todo o tempo.
Todo o tempo, linha infinitamente horizontal.
No dia seguinte, olhei todos os caminhos, percorri todos os caminhos.
E verdade que «te não vi em Babilónia».
Mais parece que não vi ninguém em Babilónia.
Está lá,sim, o prato com a Branca de Neve e os sete anões. E as birras p´ra comer.
E as cantigas da Tota até que a Ni e eu acabássemos a sopa.
E a colcha da cama.
E outra colcha da cama.
E até está a televisão que não condiz.
E todos os medos do corredor comprido.
E o meu Anjo da Guarda.
Está lá a bicicleta do André que logo lhe diz o sorriso e os olhos grandes.
Está lá um armarinho de miniaturas da Maria. E um peixe de pano que ela fez,
As oliveiras que entram p´las janelas e que têm sapatos pendurados.
E a Ursa Maior apontada p´lo meu Pai.
E a Estrada de Santiago apontada p´lo Manel.
Mas tu não.
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