Nem sequer é teu «o espaço que te cabe neste latifúndio».
Para que não se confunda,
Sou católica e escolhi.
Por isso,
Por amor a esta Igreja que escolhi,
Devo dizer, devo denunciar sempre que me parece incorrecto o seu agir.
Foi o que aconteceu ontem.
Mesmo aqui.
No prédio ao lado.
Na paróquia do meu bairro.
Tinhas idade e estavas muito doente. Vi que por ti se multiplicavam os cuidados, por exemplo no café, pequeno e sem notícia, aqui em frente.
Esperávamos este desenlace.
Deu-se ontem. (em desabafo, fazes-nos falta, tanta falta...)
E a paróquia que é a tua,
ali onde sempre foste tantas vezes,
que provavelmente ajudaste a manter,
recusou a entrada e a vela do teu corpo sem vida.
É que era dia da festa do seu padroeiro.
Vinham muitas entidades.
Civis, militares e religiosas.
Pompa e muita circunstância.
O teu corpo não pode entrar na quase invisível porta lateral das capelas mortuárias.
Talvez um corpo morto não ficasse bem…
A ti já te não dói.
Mas doeu a tantos de nós, ao bairro quase todo e não condiz com cristianismo.
O que é isto?
E neste episódio lastimável, doloroso,
Não encontro o rosto de Jesus.
Quem devo responsabilizar?
A agência funerária?
Alguém que da igreja deu ousou tal insensata e cruel proibição?
Jesus Cristo que chorou a morte dos amigos
chorou ontem por ti
e chorou com grande dor pela Sua Igreja.
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