Fomos ver «O grande silêncio». Tal qual esperávamos.
Tivemos saudades deste silêncio que por dentro nos povoa.
Tivemos saudades duns tempos de retiro, bons para nós, e que faziam felizes a Maria e o André com a casa toda enfim por sua conta.
E tivemos saudades do Mário. Amigo único. Monge eremita,
na cidade, numa capela ao pé da Sé, onde quando alguém entrava, estava sempre em primeiro lugar. Parava tudo. Mesmo as missas . E quem chegava, era acolhido de forma única.
Quando o Bernardo nasceu e a Maria e o Paulo o levaram lá, ele fez uma festa enorme. O Mário tocou os sinos. Tocou-os durante muito tempo. Tocou-os de forma que se ouvissem muito. Na cidade.
Quando a minha mãe morreu o Mário, de hábito branco, apareceu na basílica da Estrela para me dizer «Teresa, canta Aleluia». Talvez eu ainda hoje não tenha percebido. Mas o Mário afirmou o mistério. E eu não me esqueço.
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