Hoje voltei à Baixa.
Ao Chiado.
A propósito de comprar velas para o Natal naquela casa única do Loreto.
E fui à Brasileira. E sentei-me como sempre numa mesa bem perto de outras tantas caras conhecidas que sempre por lá vi.
Encontrei um escultor, Virgílio Domingues (não tenho a certeza), que foi professor de um dos meus filhos.
Perguntou-me que idade tinham eles.
E confessou-me a confusão que lhe fazia ver antigos alunos que já são avós.
Também a mim.
Recomendei-lhe (e recomendei-me) que não fizesse contas.
Enquanto a gente tiver sol. E ruas.
E pessoas...
Voltar à Baixa é mesmo bom.
Tuesday, November 29, 2005
Friday, November 25, 2005
COMO MUDÁMOS
HOJE NÃO ESCREVERIA O TEXTO ANTERIOR.
O QUE A GENTE MUDOU!
E ACREDITAMOS?
ACREDITAMOS, SIM SENHOR.
O QUE A GENTE MUDOU!
E ACREDITAMOS?
ACREDITAMOS, SIM SENHOR.
VOLTEI À LEITARIA ECILA
Voltei ontem à Leitaria Ecila. Ao fim de cinquenta e um anos.
Passava muitas vezes no passeio estreito. Mas mal espreitava.
um medo enorme desse reencontro com o que não podia mais voltar.
Hoje «A leitaria Ecila» chama-se «chaq.b».
E, tive um pretexto - os anos do meu neto António, o mais pequenino. Um bom chá, faria jeito.
E, - surpresa! -, quando entrei «Teresinha, tu por aqui...». A senhora que atende, brincou toda a infância comigo. Tive vergonha de lhe perguntar o nome, que não sei.
Fui-me ficando sem pressa.
A cada pessoa que chegava, a senhora dizia «A Teresinha era a dona desta loja». E lá vieram histórias. Contadas devagar.
E o espanto. O leite transportado em carroças da quinta onde mais tarde foi construído o Hospital de Sta Maria.
E a festa de andar de carroça. De Campo de Ourique ao Campo Grande.
E outras.
A leitaria vende todos os chás. Raríssimos. Fantásticos.
Experimentem.
É na R. Silva Carvalho,116 em Campo de Ourique, claro.
E-mail:cha.qb@netabo.pt
Passava muitas vezes no passeio estreito. Mas mal espreitava.
um medo enorme desse reencontro com o que não podia mais voltar.
Hoje «A leitaria Ecila» chama-se «chaq.b».
E, tive um pretexto - os anos do meu neto António, o mais pequenino. Um bom chá, faria jeito.
E, - surpresa! -, quando entrei «Teresinha, tu por aqui...». A senhora que atende, brincou toda a infância comigo. Tive vergonha de lhe perguntar o nome, que não sei.
Fui-me ficando sem pressa.
A cada pessoa que chegava, a senhora dizia «A Teresinha era a dona desta loja». E lá vieram histórias. Contadas devagar.
E o espanto. O leite transportado em carroças da quinta onde mais tarde foi construído o Hospital de Sta Maria.
E a festa de andar de carroça. De Campo de Ourique ao Campo Grande.
E outras.
A leitaria vende todos os chás. Raríssimos. Fantásticos.
Experimentem.
É na R. Silva Carvalho,116 em Campo de Ourique, claro.
E-mail:cha.qb@netabo.pt
Thursday, November 24, 2005
PROFESSORES
Vi/Ouvi «Prós e Contras» com a Ministra da Educação.
Gosto dela.
E quero dizer que uma aula de substituição pode ser muito boa.
E que as dei muitas vezes. Sem decreto. Com gosto. Ao princípio os alunos não gostam. O pátio é sempre mais divertido.
O trabalho numa escola não tem fim.
O tempo não chega nunca, nem que seja para apenas falar, estar de outro modo...
Esta guerra toda parece-me «só para chatear». Posso estar enganada, mas admito-o com dificuldade.
A verdade é que a escola só existe por causa dos alunos.
E os nossos alunos precisam de tudo. E merecem. Eles são «a nossa gente».
E a nossa vida.
Gosto dela.
E quero dizer que uma aula de substituição pode ser muito boa.
E que as dei muitas vezes. Sem decreto. Com gosto. Ao princípio os alunos não gostam. O pátio é sempre mais divertido.
O trabalho numa escola não tem fim.
O tempo não chega nunca, nem que seja para apenas falar, estar de outro modo...
Esta guerra toda parece-me «só para chatear». Posso estar enganada, mas admito-o com dificuldade.
A verdade é que a escola só existe por causa dos alunos.
E os nossos alunos precisam de tudo. E merecem. Eles são «a nossa gente».
E a nossa vida.
Wednesday, November 23, 2005
OS DEDITOS DOS MEUS NETOS
Vou subir a um escadotezito e tirar de lá de cima o presépio enorme.
Veio da infância do Manuel e do António.
Todos os anos lhe acrescentamos qualquer coisa.
Dantes íamos aos Armazéns do Chiado.
Naquele fantástico eléctrico 28, que ainda existe e ainda para lá vai.
Comprávamos mais uma ponte. Mais um moinho com velas. E imensos carneiros. De todos os tamanhos.
E a festa continuava a comermos fantásticas torradas lá nos Armazéns.
Hoje, volto a comprar mais umas peças no mercado de Campo de Ourique.
E não há quem não goste do presépio.
Eu sem jeito nenhum e o Manel sempre a inventar como pôr mais umas luzes ou aquele espelho a parecer um rio.
O melhor de tudo são os olhos dos meus netos.
Como eram os dos meus filhos.
E os deditos dos mais pequenos.
A apontar.
Eles sabem a esperança.
Veio da infância do Manuel e do António.
Todos os anos lhe acrescentamos qualquer coisa.
Dantes íamos aos Armazéns do Chiado.
Naquele fantástico eléctrico 28, que ainda existe e ainda para lá vai.
Comprávamos mais uma ponte. Mais um moinho com velas. E imensos carneiros. De todos os tamanhos.
E a festa continuava a comermos fantásticas torradas lá nos Armazéns.
Hoje, volto a comprar mais umas peças no mercado de Campo de Ourique.
E não há quem não goste do presépio.
Eu sem jeito nenhum e o Manel sempre a inventar como pôr mais umas luzes ou aquele espelho a parecer um rio.
O melhor de tudo são os olhos dos meus netos.
Como eram os dos meus filhos.
E os deditos dos mais pequenos.
A apontar.
Eles sabem a esperança.
DE VOLTA
A Leitaria Ecila esteve silenciada.
E eu cheia de saudades.
Às vezes, entre tarefas outras, parece que não há nada de jeito para escrever.
E há sempre a vida.
Assim. Em pedacitos.
Nesta janela/porta que é tão boa.
Cá estou.
Obrigada, Aninhas, pela forcinha que ontem mandaste. Em jeito de metáfora.
E eu cheia de saudades.
Às vezes, entre tarefas outras, parece que não há nada de jeito para escrever.
E há sempre a vida.
Assim. Em pedacitos.
Nesta janela/porta que é tão boa.
Cá estou.
Obrigada, Aninhas, pela forcinha que ontem mandaste. Em jeito de metáfora.
Tuesday, November 08, 2005
OUTRO CASAL VENTOSO
Quando eu tinha uns quinze anos e nada nos separava do Casal Ventoso, numa das muitas idas que lá fazia, vi (vi para sempre) esta situação que tento dizer - uma senhora inválida numa cama, tratada por uma filha quase criança e deficiente, num quarto sem tecto.
Esse quarto sem tecto, exposto a todas as intempéries não me largou nunca. Felizmente. E peço a Deus memória até ao fim.
Ontem o Manuel teve lá uma reunião no âmbito do ICNE.
Do que me contou, fica este sentimento de impossibilidade. Esta angústia da minha/nossa impossibilidade. Ou distracção voluntária.
As paredes têm tecto.
Mas como chegar lá?
E dói.
Esse quarto sem tecto, exposto a todas as intempéries não me largou nunca. Felizmente. E peço a Deus memória até ao fim.
Ontem o Manuel teve lá uma reunião no âmbito do ICNE.
Do que me contou, fica este sentimento de impossibilidade. Esta angústia da minha/nossa impossibilidade. Ou distracção voluntária.
As paredes têm tecto.
Mas como chegar lá?
E dói.
A MARCHA
Há vinte anos, passámos cá em casa um vídeo de uma curta metragem chamada «A Marcha». Na altura impressionou-nos muito, mas tentámos o tal olhar distraído, de qualquer coisa, longe, muito longe.
Mal que nos chegaram as notícias de Paris, o Manuel e eu dissemos «Tal qual a marcha».
E é.
Ontem vi «Prós e Contras». Maria José N Pinto, Barata Moura, D. José Policarpo, António Pinto Leite.
E gostei.
Continuamos a procurar e a lutar.
Às vezes, com pouca esperança.
Mas lutamos.
Há-de valer.
Tem que valer.
Mal que nos chegaram as notícias de Paris, o Manuel e eu dissemos «Tal qual a marcha».
E é.
Ontem vi «Prós e Contras». Maria José N Pinto, Barata Moura, D. José Policarpo, António Pinto Leite.
E gostei.
Continuamos a procurar e a lutar.
Às vezes, com pouca esperança.
Mas lutamos.
Há-de valer.
Tem que valer.
Sunday, November 06, 2005
LAÇOS
Um grande bem haja a todos os que escrevem um comentário neste blog.
Assim vamos criando laços, contando histórias, fazendo história.
Bem bom!
Assim vamos criando laços, contando histórias, fazendo história.
Bem bom!
AS FESTAS DE ANOS E OUTRAS QUE NÃO SÃO FESTAS
Vamos lá ver se temos um intervalozinho.
Uma paragem, pequenita que seja.
Os rapazes continuaram a fazer anos - o Pedro em Évora no dia 4, o João Maria em Lisboa no dia 5 e hoje, o Henrique.
Vá lá príncipes dêem-nos um espacinho, uma pausa.
Hoje também em Campo de Ourique, o cortejo histórico com a figura de Nuno Álvares e outras dessa época que Fernão Lopes tão bem nos conta e que saíu com tão pouca graça.
Gostava - não gostava - de ser menos exigente.
Chateio-me muito com este género «épater le bourgeois», tão em voga e tão aceite.
Ninguém percebia quem era quem, mas os cavalos da GNR faziam muita vista.
Que pena as pessoas não serem o mais importante!
Cavalos.
Imagem.
Porquê «só para fazer vista»?
E o povo gosta?
Tenho muito mais pena ainda!
Uma paragem, pequenita que seja.
Os rapazes continuaram a fazer anos - o Pedro em Évora no dia 4, o João Maria em Lisboa no dia 5 e hoje, o Henrique.
Vá lá príncipes dêem-nos um espacinho, uma pausa.
Hoje também em Campo de Ourique, o cortejo histórico com a figura de Nuno Álvares e outras dessa época que Fernão Lopes tão bem nos conta e que saíu com tão pouca graça.
Gostava - não gostava - de ser menos exigente.
Chateio-me muito com este género «épater le bourgeois», tão em voga e tão aceite.
Ninguém percebia quem era quem, mas os cavalos da GNR faziam muita vista.
Que pena as pessoas não serem o mais importante!
Cavalos.
Imagem.
Porquê «só para fazer vista»?
E o povo gosta?
Tenho muito mais pena ainda!
Tuesday, November 01, 2005
A leitaria Ecila
Começamos hoje a festejar.
Em dia de Todos os Santos, um cozido à portuguesa. Com todos.
Eu a descascar legumes até esta hora.
Cansada. E contentíssima.
Quero assinalar esta festa.
E a confusão que vaI na nossa casa.
Foi sempre assim. Em casa dos pais do Manel.
Em casa dos meus pais.
Agora, sem eles (ou com eles) sentamo-nos à mesma mesa, a mesa que era deles e já vinha tão detrás.
Pomos a uso os mesmos pratos e até os copos de cristal.
Viva este gosto que temos!
Disto os nossos filhos lembram-se. «A mãe sempre faz o cozido?»
E os nossos netos vão lembrar-se também.
E assim se faz a nossa história.
E também a história.
Para todos os que lerem este blog, um dia de todos os Santos com festa, muita festa.
Em dia de Todos os Santos, um cozido à portuguesa. Com todos.
Eu a descascar legumes até esta hora.
Cansada. E contentíssima.
Quero assinalar esta festa.
E a confusão que vaI na nossa casa.
Foi sempre assim. Em casa dos pais do Manel.
Em casa dos meus pais.
Agora, sem eles (ou com eles) sentamo-nos à mesma mesa, a mesa que era deles e já vinha tão detrás.
Pomos a uso os mesmos pratos e até os copos de cristal.
Viva este gosto que temos!
Disto os nossos filhos lembram-se. «A mãe sempre faz o cozido?»
E os nossos netos vão lembrar-se também.
E assim se faz a nossa história.
E também a história.
Para todos os que lerem este blog, um dia de todos os Santos com festa, muita festa.
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